Para pensar...

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

segunda-feira, 27 de junho de 2011

União Européia- Principais Tratados e Convenções


1950: Tratado de Paris institui a CECA (Comunidade Européia do Carvão e do Aço) – surge por proposta do ministro dos negócios Estrangeiros francês, Robert Schulman, e traduziu-se na criação de uma espécie de “mercado comum” restrito ao sector do carvão e do aço, bens de importância fundamental, por constituírem a base da industrialização e do desenvolvimento econômico. Aderiram ao projeto: Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo (que formam o BENELUX), a França, a Itália e a República Federal Alemã.

1957: Tratado de Roma institui a CEE (Comunidade Econômica Européia) – com objetivo de integrar globalmente as economias dos países-membros (os 6 que já tinham constituído a CECA); e a EURATOM (Comunidade Européia de Energia Atômica) – destinada a fomentar a cooperação no desenvolvimento da utilização pacífica de energia nuclear.

1986: Ato Único; veio alterar e complementar o Tratado de Roma. Grande objetivo: dar impulso à integração européia, criando um mercado comum: Mercado Único Europeu.

Objetivo do Ato Único:

- criação de um mercado interno, onde a circulação pessoas, mercadorias, serviços e capitais seja livre

- adoção de políticas comunitárias comuns

- adoção de políticas comunitárias comuns

- reforço da coesão econômica e social e redução das desigualdades das regiões da Comunidade através do reforço dos fundos estruturais (FEDER, FEOGA e FSE)

- intensificação da cooperação no campo da ciência, da tecnologia e do ambiente

- implementação do sistema monetário europeu

O Ato Único introduziu também alterações no nível das instituições comunitárias.

1992: Tratado de Maastricht ou da União Européia (TUE) – entra em vigor em 1993 - que fundou a União Política, que promove o reforço da democracia e do Estado de direito, bem como o respeito pelos Direitos Humanos e liberdades fundamentais.

Política:

- alargamento da noção de cidadania européia, através da criação de novos direitos

- reconhecimento de novos poderes ao Parlamento Europeu, incluindo a “co-decisão” com o Conselho

- construção da Europa Social

- introdução de dois novos pilares de caráter essencialmente intergovernamental, com a intenção de melhorar a cooperação entre os países-membros nos domínios da política externa de segurança e defesa e em matéria de assuntos internos e de justiça.

Economia:

- fixação de um calendário para a moeda única (euro)

- criação de uma União Econômica e Monetária (UEM)

A UEM é uma zona com uma moeda única, o euro, no mercado único da União Européia, caracterizado por liberdade total de circulação de pessoas, bens, serviços e capitais. A UEM processou-se em três fases:

- 1.ª fase (de 1 de Julho de 1990 a 31 de Dezembro de 1993): livre circulação de capitais entre os Estados-Membros, reforço da coordenação das políticas econômicas e intensificação da cooperação entre os bancos centrais.

- 2.ª fase (de 1 de Janeiro de 1994 a 31 de Dezembro de 1998): convergência das políticas econômicas e monetárias dos Estados-Membros (com vista a assegurar a estabilidade dos preços e uma situação sã para as finanças públicas), bem como criação do Instituto Monetário Europeu (IME) e, posteriormente, do Banco Central Europeu (BCE) em 1998.

- 3.ª fase (desde 1 de Janeiro de 1999): fixação irrevogável das taxas de câmbio e introdução da moeda única nos mercados cambiais e nos pagamentos eletrônico, seguidas da introdução do euro fiduciário em 1 de Janeiro de 2002.

Para participarem na UEM, os países tiveram de respeitar os critérios de convergência, fixados num protocolo anexo ao Tratado de Maastricht:

- a taxa de inflação não deve exceder 1.5% da taxa média dos países com melhores resultados

- a taxa de juro a longo prazo não deve exceder os 2% da média dos países com melhores resultados

- a dívida pública não deve exceder os 60% do PIB

- a moeda deve pertencer ao SME, não ter sofrido desvalorização há pelo menos 2 anos

- o banco central nacional deve ser privado

Após a criação do Euro os Estados-membros perderam autonomia no que diz respeito à:

- política monetária

- política cambial

- política orçamental

1999: Tratado de Amsterdã

Objetivo:

- fazer do emprego e dos direitos dos cidadãos o ponto fulcral de União

- suprimir os entraves à circulação e reforçar a segurança

- reforçar o papel da Europa no Mundo

- reformar as instituições, tendo em vista futuras adesões

A estrutura do Tratado da União é composta por três pilares:

« Um pilar central comunitário:

- composto pelo mercado único, a União Econômica e Monetária (UEM), a reforma da PAC, os Fundos Estruturais e o Fundo de Coesão e a ampliação da noção de cidadania dos cidadãos da UE;

« Dois pilares intergovernamentais:

- O da Política Externa e Segurança Comum (PESC);

- O da cooperação em matéria de Justiça e Assuntos Internos (JAI)

O tratado de Maastricht passou a se chamar Comunidade Econômica Européia, e depois União Européia. No projeto original estava previsto, entre outras coisas, a instituição de uma moeda única, o Euro, inicialmente como moeda de transferência.

2001: Tratado de Nice – com vista a um alargamento da U.E. a 25 ou 27 países, e aos problemas de operacionalidade e de democracia no funcionamento das instituições que tudo isso trazia, foi definida:

- uma nova repartição de poderes, sendo alterado o nº de votos de cada país no conselho, bem como o nº de deputados no Parlamento Europeu

2009: Tratado de Lisboa - O Tratado de Lisboa, que entrou em vigor em 1 de Dezembro de 2009, confere à União Européia instituições modernas e métodos de trabalho eficientes que lhe permitirão dar uma resposta efetiva aos desafios atuais. Num mundo em rápida mutação, os europeus contam com a União Européia para tratar de questões como a globalização, as alterações climáticas, a segurança e a energia. O Tratado de Lisboa reforça a democracia na União Européia e a sua capacidade para defender os interesses dos cidadãos europeus no dia-a-dia.

Objetivo: tornar a UE mais democrática, eficaz e preparada para resolver problemas a nível mundial, como as alterações climáticas, falando a uma só voz.

Principais mudanças: reforço dos poderes do Parlamento Europeu, alteração dos procedimentos de votação no Conselho, iniciativa de cidadania, um presidente permanente do Conselho Europeu, uma Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e um novo serviço diplomático no nível da UE.

Islamismo


Quando estudamos o Oriente Médio, a Ásia de Monções e o Extremo Oriente, verificamos uma grande variedade étnica, cultural e religiosa. Tal fato chama a atenção pelas suas especificidades. O Oriente Médio é marcado pela existência das três maiores religiões monoteístas: o Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo.

Na Ásia de Monções (Sul e Sudeste Asiático), destacam-se o Bramanismo na Índia, o Lamaísmo no Nepal e Butão, além do Tibete, na China. Também existem muitos adeptos do Budismo. Em países como Tailândia, Vietnã, Japão, destaca-se o Budismo e, na China, o Confucionismo, além do Xintoísmo.

As características religiosas marcam a cultura e o comportamento desses povos, imprimindo traços específicos em suas sociedades, o que as diferencia de outras civilizações.

As religiões moldaram as sociedades e sua visão do mundo desde o início da História. Elas estão intimamente ligadas aos fenômenos de identidade, cultura e civilização. Portanto, além da dimensão espiritual, tiveram função política ou geopolítica, tanto como pacificadoras quanto como motivadoras de conflitos, de acordo com o momento e local.

Acompanhe a seguir algumas características do Islamismo:

A religião do Islã é a aceitação da obediência aos ensinamentos que Deus revelou ao seu último profeta, Muhammad (Maomé). A história do Islamismo está diretamente ligada a Maomé, nascido na cidade de Meca (Arábia Saudita) e membro da tribo Quirache. Ele viveu e cresceu entre mercadores.

Aos 40 anos, começou sua pregação, quando, segundo a tradição, teve uma visão do anjo Gabriel, que lhe revelou a existência de um Deus único (Alá). Maomé casou-se com Khadija, a qual investiu toda sua fortuna na propagação da nova doutrina. Maomé passou a pregar e propagar a mensagem, enfrentando oposição. Foi perseguido em Meca, o que o obrigou a emigrar para Medina, em junho de 622, episódio conhecido como Hégira (emigração), marco no calendário dos muçulmanos.

O livro sagrado do Islamismo é o Corão ou Alcorão, que contém as mensagens transmitidas por Deus a Maomé, reveladas entre 610 e 632. A obra divide-se em 114 suras (capítulos), compostas de versos. A segunda fonte de ensinamentos é a Suna, conjunto de preceitos baseados noshadiths (ahadiths), relatos transmitidos pelo profeta.

Dois grupos distinguem os praticantes do Islamismo: os xiitas e os sunitas. Os sunitas dividem-se ainda em grupos menores (hanafitas, malequitas, chafeitas e hambanitas) e são os seguidores da tradição do profeta Maomé. Após sua morte, em 632, sua obra foi continuada pelo seu tio All-Abbas. Os xiitas são partidários de Ali, marido de Fátima, filha de Maomé. Foram os líderes da comunidade que deram prosseguimento à obra de Maomé.

O Islã fundamenta-se em cinco pilares: testemunho da fé, oração, pagamento do zakat (apoio aos necessitados), jejum no mês de Ramadã e peregrinação a Meca (Hajj).

Fonte: Portal Objetivo

Mapa para trabalhar Coordenadas Geográficas

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URSS – Mudanças e Fim


Secretários-Gerais do Partido Comunista que lideraram a URSS:

- Vladimir Lênin (1921-1924)

- Josef Stalin (1924-1953)

- Nikita Khrushchov (1953-1964)

- Leonid Brejnev (1964-1982)

- Yuri Andropov (1982-1984)

- Konstantin Tchernenko (1984-1985)

- Mikhail Gorbachev (1985-1991)

Estabilidade e Estagnação

Entre 1956 e 1985, a União Soviética atingiu seu auge geopolítico e tecnológico. Entretanto, também foi época de pouco crescimento econômico e lentos avanços na qualidade de vida da população.

Mikhail Gorbatchov foi o último dirigente soviético. Assumiu o cargo de secretário-geral da PCUS (Partido Comunista da União Soviética) em março de 1985, substituindo Konstantin Tchernenko, que faleceu naquele ano. O bom relacionamento com os membros do partido e a habilidade política foram fatores que credenciaram Gorbatchev a assumir o posto mais importante na hierarquia administrativa soviética. Defensor de idéias modernizantes, instituiu dois projetos inovadores: a perestroika (reconstrução econômica) e a glasnost (transparência política).

A Perestroika, que teve início em 1986, foi concebida para introduzir um novo dinamismo na economia soviética, que passava por sérios problemas. Para que os setores econômicos do país tivessem uma expansão qualitativa e quantitativa, foram introduzidos mecanismos para estimular a livre concorrência (e acabar com o monopólio estatal), desenvolver setores secundários de produção (bens de consumo e serviços não-essenciais) através da iniciativa privada e descentralizar as operações empresariais. No campo, foi estimulada a criação de cooperativas por grupos familiares e arrendamento de terras estatais. A proposta também foi incentivar empresas estrangeiras a atuarem no país.

Na área política e social, a Glasnost pretendeu colocar novos paradigmas no modo de vida soviético. Para que a União Soviética tivesse um desenvolvimento forte e profícuo, era necessário colocar uma nova mentalidade em todos os segmentos da sociedade. Assim, a proposta foi de acabar com a burocracia política, combater a corrupção e introduzir a democracia em todos os níveis de participação política. A glasnost também libertou dissidentes políticos e permitiu a liberdade de imprensa e expressão.

Gorbatchev enfrentou grandes resistências da oligarquia e dos burocratas partidários (os apparatchiks) e acabou destituído quando as repúblicas, lideradas pela Rússia já então dirigida por um antigo apparatchik de nome Boris Iéltsin, se rebelaram contra o governo central. Uma tentativa de golpe de Estado por parte da linha-dura do PCUS (incluindo Boris Pugo) foi fracassada por causa da resistência popular comandada por Iéltsin. A derrota acabou levando à fragmentação do país (com 12 das 15 repúblicas declarando independência) e decretando o fim da URSS em 25 de dezembro de 1991.

A Perestroika (reestruturação) foi, em conjunto com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail Gorbachev, em 1985. A palavra perestroika, que literamente significa reconstrução, ganhou a conotação de 'reestruturação económica'. Gorbachev percebeu que a economia da União Soviética estava a falhar e sentiu que o sistema socialista, apesar de não ter de ser substituído, certamente necessitava de uma reforma, e isto seria levado a cabo pelo processo da perestroika. Uma chave principal da perestroika era reduzir a quantidade de dinheiro gasta na defesa nacional, e para fazer isso Gorbachev sentiu que a União Soviética deveria:

· Desocupar o Afeganistão.

· Negociar com os Estados Unidos da América a redução de armamento.

· Não interferir noutros países comunistas (A Doutrina Sinatra).

Em contraste com as reformas econômicas da República Popular da China, a perestroika é largamente avaliada como tendo falhado no seu objectivo principal de reestruturar a economia soviética. As razões para o seu fracasso foram examinadas por muitos economistas e historiadores, incluindo Merle Goldberg. Uma das razões citadas para esse fracasso foi o insucesso na promoção da criação de entidades económicas privadas e semi-privadas e a indisposição de Gorbachev em relação a uma reforma na agricultura soviética. Outra possível razão seria a má vontade dos altos oficiais do Partido Comunista da União Soviética (a linha dura) e da facção liberal apoiada pelos EUA e que tinha como principal líder Boris Yeltsin em aceitar as medidas da Perestroika. Enquanto os primeiros não queriam mudanças, os últimos queriam que elas acontecessem mais rapidamente. Isso gerou forte oposição ao projeto da Perestroika.

Contrariamente às reformas de Deng Xiaoping na China, a perestroika não só falhou o propósito de trazer benefícios económicos imediatos para a maioria das pessoas, mas o desmantelar da economia planeada criou o caos económico, o que constituiu um factor importante para o colapso da União Soviética.

(Adaptado de ww.wikipédia.com.br por Profª. Chris/ Geo)

Oriente Médio Político

Oriente Médio - Principais Conflitos

1. Israel

Desde a sua criação, Israel enfrentou agressões de seus vizinhos. Eram muitos os desafios. O deserto inclemente foi domado. Outrora só havia agricultura no litoral, uma atividade tradicional e pouco rentável. Israel estabeleceu comunidades irrigadas no deserto. A água, tirou do mar e dessalinizou-a. O auxílio da comunidade judaica internacional foi fundamental ao país que nascia em meio a uma série de conflitos.

Em 1948 e 1949, os confrontos foram de afirmação do espaço nacional contra os árabes oponentes à existência do Estado judeu — a Guerra de Independência.

Em 1956, ocorreu a Guerra do Suez contra o Egito do pan-arabismo de Gama Nasser, que se aproximara da ex-URSS. Nesse conflito, Israel contou com o apoio das potências ocidentais.

Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel, sob a alegação de estar se antecipando a um ataque de forças árabes unidas em três frentes — norte, sul e leste —, ocupou terras da Síria (Colinas de Golã), do Egito (a Faixa de Gaza e a Península do Sinai) e da Jordânia (a Cisjordânia). Foi uma ofensiva que demonstrou o brilhantismo da inteligência militar israelense e, até certo ponto, a superioridade tática de suas Forças Armadas.

Em 1973, aproveitando-se do feriado judaico do Dia do Perdão, os árabes, derrotados em 1967, desfecharam um ataque contra Israel, a Guerra do Yom Kipur. Israel conseguiu, após duas semanas de combate, debelar o ataque árabe com o apoio do Ocidente, particularmente dos Estados Unidos. As nações árabes, no entanto, entenderam que o apoio ocidental a Israel contrariou seus interesses e comprometeu a soberania dessas regiões. Assim, os países do Golfo Pérsico, que não estavam envolvidos no conflito diretamente, decidiram boicotar as exportações de petróleo ao Ocidente e aumentaram os preços do barril de petróleo, dando início à primeira crise do petróleo.

A crise israelo-palestina


Em 1987, teve início, nos territórios ocupados da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, um movimento popular palestino denominado Intifada — a “guerra das pedras” — contra a ocupação israelense desses territórios, que já se estendia desde a Guerra dos Seis Dias, de 1967.

A Intifada constituiu-se de uma ação popular que logo foi capitalizada pela OLP — Organização para a Libertação da Palestina, criada em 1964. A pressão popular palestina, somada ao reposicionamento de interesses dos Estados Unidos na região, tendo o governo de Tel Aviv como seu principal aliado regional, levou Israel a negociar o território pela paz. Os acordos de paz da década de 1990 significaram uma nova fase nas relações entre Israel e os palestinos, agora representados pela ANP — Autoridade Nacional Palestina. Estabeleceram o reconhecimento mútuo e um cronograma de transferência de terras aos palestinos.

No entanto, esse cronograma condicionava-se a pontos de discussão até hoje controversos:

– o status de Jerusalém;

– o controle dos mananciais hídricos;

– o combate ao terrorismo;

– a questão dos refugiados palestinos;

– a remoção das colônias de judeus dos territórios ocupados.

Esses pontos polêmicos levaram a um impasse que fez com que grupos extremistas voltassem às práticas terroristas.

Israel ainda desocupou o sul do Líbano, que havia ocupado em 1982, e mantinha desde essa época uma zona de segurança no sul do país, controlada pelo exército libanês do sul do Líbano, seu aliado. A retirada israelense soou como uma vitória do Hezbollah, que nunca havia negociado com Israel. O “exemplo libanês” recrudesceu as relações entre Israel e extremistas palestinos do Hamas e do Jihad.

Em 2000, teve início a II Intifada Al Aqsa. Se a I Intifada consistiu na ação popular contra a ocupação militar israelense nos territórios ocupados, a II Intifada ampliou seu raio de ação. Agora, todos os judeus, e interesses israelenses, civis e militares tornaram-se potenciais alvos da ação de terroristas.

A II Intifada fez explodir um confronto aberto entre o Estado de Israel, a ANP e grupos terroristas. Israel retomou territórios cedidos aos palestinos. A ANP foi acusada de estar impotente diante desses grupos. A oposição a Yasser Arafat (1929-2004) dentro da ANP cresceu; Israel, sob o governo de Ariel Sharon entre 7 de março de 2001 e 2006, e os Estados Unidos não consideraram o líder palestino uma autoridade à altura dos graves problemas que mergulharam a região na mais intensa onda de violência desde o início da Intifada.

Em 2003, houve várias tentativas de acordos de paz, como o Mapa da Estrada e o Acordo de Genebra. Apesar disso, a construção de um muro isolando o norte da Cisjordânia tem sido motivo de forte tensão entre Israel e os palestinos.

No decorrer de 2004, fatos importantes ocorreram em relação à questão palestina. Israel, cansado de ser atingido por ataques terroristas suicidas, movidos por grupos palestinos como o Hamas, deu continuidade à construção de um muro de cerca de 8 metros de altura, que se estenderá ao longo da fronteira da Cisjordânia por 635 km. No trecho já construído, o muro parece ter surtido efeito, pois caiu radicalmente o número de atentados nas cidades israelenses. Por outro lado, sua construção provocou protestos, tanto da comunidade palestina quanto da internacional. Os palestinos contestam o isolamento que lhes foi imposto, pois muitos trabalhadores palestinos labutavam em Israel e ficaram sem acesso ao trabalho.

Os palestinos reclamam também que vários mananciais estão do lado israelense do muro. A ONU — Organização das Nações Unidas — condenou e mandou parar a construção desse muro, mas Israel não havia atendido à solicitação até fins de 2004.

Outro fato marcante, decorrido em fins de 2004, foi a morte do líder palestino Yasser Arafat. Ele era presidente da autoridade palestina e, nos últimos anos, vivia isolado pelo exército israelense num bunker de uma cidade na Cisjordânia. Diante do agravamento de sua doença, as autoridades israelenses permitiram que se tratasse na França, porém ele não resistiu e faleceu. Em razão do seu radicalismo, os israelenses achavam impossível estabelecer um diálogo. Com seu falecimento, acredita-se que o novo líder palestino desde janeiro de 2005 — Mahmoud Abbas — tenha maiores possibilidades de diálogo com as autoridades israelenses. Em 2005, a Faixa de Gaza é devolvida aos palestinos e passa a ser controlada pelo grupo Hamas. No início de 2009, Gaza vive forte tensão com a violência entre Israel e o grupo Hamas. Em 2009, Israel continuou a instalar assentamentos na Cisjordânia.

2. Questão Libanesa

O Líbano tornou-se independente da França em 1948 e estabeleceu uma forma de governo dividindo o poder entre os libaneses cristãos (que elegiam o presidente da República) e os muçulmanos (que elegiam o primeiro-ministro). A partir de 1967, esse jogo de forças se desequilibra em favor dos muçulmanos, com a chegada de palestinos fugidos dos territórios invadidos por Israel. Mais numerosos, os muçulmanos atacam os cristãos, que pedem ajuda israelense. Tem início a Guerra Civil do Líbano, que se estende de 1975 a 1991. A guerra termina com a intervenção da Síria, que invade o Líbano e expulsa os grupos radicais, forçando a assinatura de um acordo de paz. Tropas sírias retiraram-se do território libanês em 2005, a exemplo dos israelenses que iniciaram sua retirada em 2000.

Em julho de 2006, Israel iniciou uma ofensiva militar contra o Hezbollah, no sul do Líbano. O Hezbollah — o “Partido de Deus” — surgiu durante a invasão do Líbano por Israel, em 1982. Na época, o Líbano arrastava-se numa guerra civil entre as comunidades cristãs e muçulmanas.

O governo cristão do Líbano concordou com uma ação israelense em seu território. Os israelenses tinham o objetivo de neutralizar a ação de grupos que frequentemente promoviam atentados na região norte do país. Esses terroristas refugiaram-se em território libanês.

Nessa invasão, Israel avançou até a capital do Líbano (Beirute) e expulsou do país a OLP — Organização para a Libertação da Palestina — e seu líder, na época Yasser Arafat.

A retirada israelense não foi completa. As tropas israelenses permaneceram na porção sul do Líbano, a denominada Zona de Segurança, que só em 2000, durante o breve governo de Ehud Barak, foi liberada definitivamente.

Desde essa época, o Hezbollah vem intensificando ações contra o norte de Israel. O governo libanês, incapaz de controlar a situação, pois seu exército é mais frágil que os milicianos do Hezbollah, pouco ou nada pode fazer para pôr fim a essa situação.

Em razão da incapacidade do governo libanês de coibir o Hezbollah e a escalada de atentados, Israel invadiu o país, impôs-lhe um bloqueio aeronaval e bombardeou, durante semanas, o Líbano, sobretudo o sul do país, onde se concentram as forças do Hezbollah.

A retirada israelense, sob a condição de que forças internacionais ocupassem o sul do Líbano, não colocou um fim às hostilidades. Tanto Israel ameaça voltar se os ataques do Hezbollah não cessarem, como o Hezbollah ameaça vingança e anuncia a intensificação das ações contra o que julga ser o Estado sionista.

3.A Guerra Irã x Iraque

Em 1979, a Revolução Islâmica no Irã depôs o governo despótico do xá Mohamed Reza Pahlevi, colocando no poder um grupo de extremistas religiosos dispostos a administrar o país segundo os preceitos do Corão, liderados pelo aiatolá Ruholá Khomeini. Líder carismático, Khomeini fez uma série de reformas econômicas e sociais no Irã.

No ano seguinte, respondendo à agressão do exército iraquiano e sob a bandeira da guerra santa, muçulmanos fundamentalistas do Irã (xiitas) iniciaram um confronto com os muçulmanos sunitas do Iraque.

Acreditava-se, no início, que a guerra duraria apenas alguns meses, mas se estendeu por mais de oito anos, destruindo, nesse período, grande parte das áreas produtoras de petróleo de ambos os países e ceifando a vida de mais de 1 milhão de pessoas, tanto militares como civis — inclusive crianças, em razão do fanatismo religioso do aiatolá.

Em setembro de 1988, Iraque e Irã assinaram um cessar-fogo e deram início a conversações de paz, resolvendo temporariamente a disputa pelo estuário situado na foz dos Rios Tigre e Eufrates, o Chat el Arab. Mas as ambições imperialistas do Iraque pela região, particularmente de Saddam Hussein, não deixavam de existir.

A primeira Guerra do Golfo

Em agosto de 1990, tropas iraquianas invadiram o Kuwait sob o pretexto de que seu pequeno e frágil vizinho explorara petróleo de campos situados numa zona neutra estabelecida em suas fronteiras.

Seguiram-se à invasão o bloqueio naval e o embargo econômico imposto pelos EUA, com o aval da ONU ao Iraque.

A intransigência do dirigente iraquiano, somada à postura hostil dos americanos, transformou um aparente conflito local em questão de relevância mundial, pois, entre outras coisas, o preço do barril de petróleo aumentou assustadoramente.

Em novembro, após três meses de atrocidades iraquianas no Kuwait, a ONU aprovou o uso de força, dando um prazo até 15 de janeiro de 1991 para que Hussein libertasse os reféns estrangeiros e desocupasse o Kuwait.

A Primeira Guerra do Golfo durou de 16/1/1991 a 27/2/1991 e trouxe muitas consequências, principalmente danos ecológicos.

A derrota da guerra estimulou no Iraque a rebelião dos dois principais grupos de oposição ao regime de Saddam Hussein: os xiitas (sul) e os curdos (norte), que lutam pela independência de seu território.

Em agosto de 1992, o Iraque ficou dividido da seguinte forma:

– acima do paralelo 36°, é proibida a ação do governo de Bagdá, pois a área dos curdos é mantida pelos EUA e aliados;

– abaixo do paralelo 32°, encontra-se uma zona de exclusão aérea controlada pelos EUA, Reino Unido e França, para impedir a ofensiva militar do Iraque contra a população xiita do sul.

Em janeiro de 1993, o Iraque provocou violações nessa zona de exclusão, gerando novos conflitos.

Em 1996, o Iraque tornou a invadir o norte, violando a zona de exclusão e ocupando a capital do Curdistão iraquiano, Arbil, o que provocou rápida reação dos EUA.

Em 2002, o ex-presidente Bush, sob a alegação de que o Iraque desenvolvia armas de destruição maciça, mobilizou forças a fim de legitimar uma ação contra o governo de Saddam Hussein (1937-2006), o que ocorreu em março de 2003.

5. A Guerra do Iraque (Segunda Guerra do Golfo)

No primeiro semestre de 2003, a coalizão anglo-americana invadiu o Iraque, depois de meses de preparação e ameaças. A ONU bem que tentou evitar tal fato. O Conselho de Segurança alertou os norte-americanos para os desdobramentos de um conflito na região.

Alemanha, França, China e Rússia posicionaram-se contra a ação anglo-americana no Iraque. Mas, sob a alegação de que Bagdá, comandada por Saddam Hussein, desenvolvia armas de destruição maciça, o ataque foi ordenado e a guerra de palavras transformou-se numa ação militar.

A superioridade da coalizão anglo-americana era visível desde o início do confronto. O frágil e despreparado exército iraquiano sucumbiu às forças estrangeiras logo na primeira semana. Saddam Hussein foi deposto e desapareceu, sendo dois de seus filhos mortos. Estátuas suas foram destruídas; seus palácios, tomados. Armas de destruição em massa não foram encontradas.

Foi estabelecido um governo provisório, um exército novo. Mas a resistência, comandada por Saddam Hussein, continuou fazendo vítimas.

O alto-comissário das Nações Unidas para o Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Melo, e mais dezenas de funcionários da ONU foram mortos num atentado em agosto de 2003.

Até agora nada de armas de destruição maciça, nada de paz.

No decorrer de 2004, os EUA empossaram um governo provisório iraquiano, passando parte de sua autoridade policial-militar para ele. Isso, entretanto, não parece ter sensibilizado os diversos grupos radicais iraquianos — de inspiração religiosa (xiitas ou sunitas) ou nacionalistas — que promoveram inúmeros atentados, invadindo cidades e forçando a atuação do exército norte-americano.

Multiplicaram-se também os sequestros de soldados, médicos, voluntários, alguns deles terminando com a morte dos sequestrados. Dessa maneira, aumentou o grau de violência no país.

Os norte-americanos, que lideram a força internacional que invadiu o Iraque em 2003, anunciaram um plano de retirada do país, condicionado a um controle efetivo do território iraquiano por suas forças de segurança.

Se essa é a condição, a retirada da força internacional deverá ser demorada, pois os atentados contra alvos estrangeiros e, principalmente, contra os elementos das forças de segurança do país estão em escala crescente.

Após a invasão anglo-americana do Iraque e o sucesso na derrubada do ex-ditador Saddam Hussein, seguida do desmantelamento de suas forças e dos organismos de repressão, o país mergulhou numa guerra civil.

Os atentados entre xiitas e sunitas causaram aumento da violência no Iraque nos últimos anos.

A presença de forças internacionais, paradoxalmente, assegura um mínimo de segurança, mas, ao mesmo tempo, é o principal fator de oposição e de conflitos no país.

6. A guerra do Afeganistão

Em 2002, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão, visando tirar do poder uma milícia fundamentalista sunita — o Taleban —, sob a liderança do mulah Omar, simpatizante de Osama Bin Laden, a quem se suspeita ter dado cobertura após os atentados de 11 de setembro de 2001, que destruíram as torres do World Trade Center, em Nova Iorque, e parcialmente o edifício do Pentágono, em Washington.

O mulah Omar e Bin Laden jamais foram encontrados, apesar da promessa do ex-presidente George W. Bush de capturá-los a todo custo. Suspeita-se que vivam na fronteira afegano-paquistanesa, numa região de difícil acesso, de onde ainda comandam atentados antinorte-americanos em território afegão e lançam ameaças contra o Ocidente, especialmente contra os Estados Unidos.

A invasão norte-americana do Afeganistão, após os atentados em 11 de setembro de 2001, foi decisiva para a derrubada do Taleban e do regime autoritário liderado pelo mulah Omar, aliado de Osama Bin Laden. No entanto, a despeito de o país ter passado por um processo de democratização formal, com um novo governo e a restauração das liberdades individuais, o Afeganistão está longe da estabilidade política.

Diversos grupos ainda lutam pelo poder. Atentados são frequentes, assim como as arbitrariedades da força internacional que ocupa o país.

Em 2006, o Afeganistão não é mais governado pelo Taleban, mas este ainda assombra o país. Nem o mulah Omar nem Osama Bin Laden foram capturados. Cresce a cada dia a insatisfação da complexa população do país diante dos ocidentais com os quais teve de aprender a conviver.

O Taleban com força, em 2006, no sul do Afeganistão, onde é combatido por forças militares da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Em 2009, o Taleban luta no Paquistão na região do SWAT.


Fonte: Portal Objetivo/ adaptado Profª Chris

Europa pós Guerra e Divisão da Alemanha

China: A Potência do Século XXI


1. O domínio estrangeiro

No século XIX e início do XX, o neocolonialismo e o imperialismo já haviam submetido a China aos interesses capitalistas mundiais, transformando-a em país fornecedor de matéria-prima e consumidor de produtos industrializados.

No decorrer do século XIX, a China foi seguidamente invadida por potências estrangeiras como Japão, Alemanha, Inglaterra, França e Rússia, sendo obrigada a aceitar acordos que colocavam em risco sua soberania.

Em 1912, foi fundada a República Chinesa, em substituição ao Império; e, em 1937, teve início outra guerra entre o Japão e a China, que se prolongou até 1945. Nesse período, os nacionalistas e socialistas chineses se uniram para combater a invasão japonesa. As forças nacionalistas eram comandadas pelo general Chiang Kai-Shek e as socialistas, por Mao Tsé-Tung. Terminada a Segunda Guerra Mundial, a vitória chinesa sobre o Japão foi decorrente de sua aliança com os EUA e demais aliados. Houve rompimento entre as forças nacionalistas, associadas ao capitalismo, e as forças socialistas maoístas.

De 1945 a 1949, ocorreram lutas entre as duas forças que disputavam o poder político. Em 1º de outubro de 1949, foi proclamada a República Popular da China, sob a liderança de Mao Tsé-Tung. O general Chiang Kai-Shek transferiu-se para a Ilha de Formosa ou Taiwan, aí fundando a China Nacionalista, que permaneceu capitalista sob a proteção dos EUA. Os diferentes governos da China Popular até hoje reinvindicam a sua reintegração ao território chinês, considerando Taiwan como uma província rebelde.


2. O modelo socialista soviético

A implantação do socialismo na China, em 1949, alterou toda a organização da produção até então existente. Acabou com a dominação e exploração estrangeira de quase cinco séculos.

Logo de início, o governo revolucionário adotou o modelo soviético de desenvolvimento, tendo por base:

· a estatização dos meios de produção (terra, subsolo, água, florestas, fábricas, minérios, transportes, bancos, agricultura, serviços etc.);

· o desenvolvimento industrial com prioridade para a indústria de base – siderurgia, metalurgia, mecânica e transportes pesados;

· o planejamento econômico, político e social centralizado.

O período que se estende de 1950 a 1976 é caracterizado por diversas tentativas de acelerar o processo de crescimento econômico, dentro do modelo socialista, que resultaram em fracasso, tais como o Grande Salto à Frente – política de industrialização acelerada na qual grande parcela da população foi transferida às cidades para trabalhar na indústria, e as terras foram coletivizadas para ser implantada a Revolução Cultural, de orientação maoísta que privilegiava o igualitarismo social, em detrimento da eficiência do sistema produtivo.

Em 1976, após a morte de Mao Tsé-Tung, assumiu o poder Deng Xiaoping, seguindo uma tendência oposta à de seu antecessor, pois passou a priorizar a eficiência da produtividade econômica em detrimento do fator ideológico associado ao igualitarismo social.


3. A nova política econômica chinesa

A partir de 1978, foi estabelecida a nova política econômica chinesa, cujas reformas se aprofundaram a partir de 1984. A liderança de Deng Xiaoping procurou desenvolver o restabelecimento parcial da propriedade privada na agricultura; a introdução controlada do conceito de lucro nas empresas; a substituição do sistema de metas pelo sistema de produtividade; a adoção de salário diferenciado por mérito ou função; adoção de capitais e tecnologia estrangeiros; a adoção de estímulos aos trabalhadores mais eficientes; a flutuação dos preços conforme a demanda do mercado e criou a Bolsa de Valores em Pequim.

Em suma, a nova ordem econômica tinha como objetivo criar um socialismo pragmático na China, desenvencilhando-se do caráter ideológico do igualitarismo social defendido pela antigo liderança maoísta.

Em 1989, seguindo a tendência da abertura preconizada pela Glasnost, na URSS, e pela queda do muro de Berlim, na Alemanha, intelectuais e estudantes realizaram gigantesca manifestação pela democratização da China na Praça da Paz Celestial, mas sofreu brutal repressão do aparato militar sob as ordens de Deng Xiaoping.

Ao oficializar, no início de 1993, os conceitos de “socialismo com características chinesas” e “economia socialista de mercado”, o XIVº Congresso do Partido Comunista Chinês abriu nova fase da vida chinesa, assinalando o apoio declarado à política reformista de Deng Xiaoping, que abriu o mercado aos investimentos capitalistas, mas manteve sob rigoroso controle do Partido Comunista a vida política e os meios de comunicações.

A política interna da China adquiriu certa estabilidade após Deng Xiaoping ter assumido o poder com o fim das turbulências trazidas pela morte de Mao Tsé-Tung. Criou-se um processo de revezamento do poder que permite a ascensão de líderes mais jovens, facultando ao retirante manter uma certa fatia do poder, como ocorreu ao próprio Deng. Ele deixou o cargo de secretário-geral do Partido Comunista, mas manteve o influente cargo de chefe da Comissão Central Militar. Tal processo aconteceu com seu sucessor Jiang Zemin, que foi sucedido em 2002 por Hu Jintao. Assim, ao mesmo tempo em que a China permite certa liberdade econômica ao país, fecha totalmente a liberdade em relação à política, que é incontestavelmente exercida pelo Partido Comunista.

Em 2006, a China alcançou o patamar da 4ª economia mundial, com um PIB de 2,5 trilhões de dólares, após os EUA, Japão e Alemanha.

4. Setores da Economia

Agricultura
Apesar do baixo rendimento do solo, da erosão, é crescente o uso de adubos e de técnicas modernas na agricultura chinesa, que participa com 12% do PIB e 47% da população ativa em 2006. A indústria contribui com 48% do PIB, mas emprega apenas 24% da população ativa, enquanto o setor de serviços e comércio participa com 40% do PIB e 31% da mão-de-obra. Na agricultura, os canais de irrigação e barragens são importantes obras realizadas para sua dinamização, especialmente ao longo da várzea do rio Huang-Ho, onde o solo de löess apresenta grande fertilidade.

As regiões mais cultivadas são a planície costeira e os vales fluviais. Nos planaltos e regiões interiores, áreas menos úmidas, a atividade agrícola é incentivada com a irrigação.

Os cereais mais cultivados são: arroz (1º do mundo), com 1/3 do total mundial, cultivado no sul e sudeste da China (Planície Chinesa); trigo(2º do mundo, após EUA), cultivado também na Planície Chinesa, no Vale do Huang-Ho; soja (segundo do mundo), beterraba, aveia, cevada, sorgo, milho, batata, chá, algodão, cana-de-açúcar e outros produtos.

Pecuária
A China tem o maior rebanho de suínos do globo; o terceiro lugar, quanto ao rebanho de ovinos, e o quinto lugar em bovinos, com 100 milhões de cabeças.

Quanto ao pescado, a China é grande produtora mundial, ao lado do Japão, Peru, Rússia e Chile.

Mineração
A China possui imensos recursos energéticos e minerais, importantes no processo industrial.

A China possui muitos recursos, sempre cobiçados por
potências próximas.

O carvão mineral (primeiro produtor mundial) é extraído nas províncias de Chansi e Chensi e também na Manchúria.

A China possui reservas de petróleo no Sinkiang e na faixa litorânea, mas seu crescimento econômico acelerado – que nos últimos anos apresentou uma média de 9 a 10% ao ano – tem obrigado o país a importar grandes quantidades de óleo.

O minério de ferro aparece também em grande quantidade na Manchúria e no Vale do Rio Yang-Tsé Kiang.

Outros recursos minerais da China são: tungstênio (primeiro produtor mundial), antimônio (segundo produtor mundial), estanho, manganês e minerais atômicos.

Minerais atômicos: incluem, entre outros, o urânio e o tório, que servem de base para o processamento de material utilizado para a produção de energia térmica (termonuclear) ou para a confecção de armamentos.

Indústrias
O planejamento oficial, a mão-de-obra numerosa e a necessidade da evolução econômica têm contribuído para a industrialização mais acelerada da China nas últimas décadas.

São destaques na China os setores da indústria

· siderúrgica, localizada especialmente na Manchúria, graças aos recursos de ferro e carvão e à rede de transportes; os maiores centros da indústria siderúrgica são Pequim, Tientsin, Anshan e Wuhan;

· mecânica, localizada na Manchúria e na Planície Chinesa, com destaque para a fabricação de máquinas operatrizes, veículos, construção naval; os maiores centros da indústria mecânica são: Tientsin, Xangai e Shenyang;

· química, também na Manchúria e nas Planícies Chinesas; produzem principalmente fertilizantes, plásticos, fibras. Nanquim, Yumen e Linta são os centros que se destacam;

· têxtil e alimentar, sediadas principalmente em Xangai e Tientsin, bem modernizadas.

O maior centro industrial da China é Xangai, com as mais variadas indústrias, como a têxtil, de ligas metálicas, de cigarros, química, alimentícia e a indústria pesada.

· indústria de cimento e construção civil – em face do acelerado desenvolvimento econômico da China no início do séc. XXI, a indústria de cimento e construção civil cresce em ritmo acelerado, tendo em vista a construção de prédios, viadutos, hidrelétricas etc.

Com a liberalização econômica iniciada no final dos anos 70, a China passou a adotar o modelo de desenvolvimento industrial japonês e dos Tigres Asiáticos, isto é, produção de bens de consumo duráveis (exemplo eletrodomésticos) para a exportação. O governo investe no preparo técnico de mão-de-obra que, muito numerosa, é a mais barata do mundo e cria as ZEEs, Zonas Econômicas Especiais ou ZPEs, Zonas de Processamento da Exportação. São escolhidas algumas cidades litorâneas onde o Estado instala toda a infra-estrutura (energia, transporte) e promove benefícios fiscais para atrair investimentos externos. No decorrer dos anos 1990 e princípios dos anos 2000, tal política tem obtido sucesso, tornando a China um dos países de maior crescimento mundial.

Esse acelerado desenvolvimento apresenta, entretando, uma contrapartida: o aumento da poluição (efeito-estufa) e um gasto gigantesco de matéria-prima que tem de ser importado de vários pontos do mundo.

Transportes e Comércio

A China é um país com insuficiência de transportes terrestres, o que tem prejudicado muito o seu desenvolvimento. Destaca-se o tráfego fluvial, em razão de os rios serem navegáveis. Os principais portos fluviais são Cantão, Hang e Chow. Os principais portos marítimos são Tientsin e Xangai. Pequim é o centro de comunicação aérea mais importante.


5. Taiwan (ou Formosa)

Além dos dois nomes acima, a ilha situada no litoral sudeste da República Popular da China, a 135 km do continente, também é conhecida por China Insular ou Democrática ou Nacionalista, ou ainda República da China.

Taiwan possui um relevo montanhoso com altitudes de quase 4.000 m na porção oriental e extensas planícies na fachada voltada para o continente.

Nestas planícies concentra-se a maior parte da população, constituída essencialmente de chineses, colonizadores da ilha nos séculos XII e XVIII e por refugiados da China Continental, após a Revolução Socialista de 1949.

Com uma população de mais de 20 milhões de pessoas e com uma área um pouco menor do que o Estado do Rio de Janeiro, 36.000 km2, possui uma população relativa de aproximadamente 565,5 hab./km2, uma das mais altas do mundo.

O clima é bastante úmido e quente, o que explica a predominância dos cultivos de arroz, cana-de-açúcar, chá, banana e abacaxi.

Os recursos naturais são modestos. Destaque para o petróleo, carvão, ouro e potencial hidráulico.

A ajuda econômica dos Estados Unidos possibilitou a criação de indústrias, algumas já introduzidas pelos japoneses durante a ocupação da ilha, de 1895 a 1945.

Dentre as principais indústrias citam-se as têxteis, alimentares e mecânicas.
Taipé, com 2.200.000 habitantes, é a capital política e o principal centro urbano e econômico. Outras cidades de destaque são Kaohsiung (1.200.000 hab.), Taiwan e Taichung. Taiwan mantém um ativo comércio com os Estados Unidos, exportando produtos manufaturados e alguns minerais. Comercializa também com o Japão.
Atualmente, a China Nacionalista (Taiwan) vem se destacando por seu elevado crescimento industrial, baseado em investimentos estrangeiros e na superexploração da mão-de-obra, o que caracteriza o país como um dos Tigres Asiáticos. Pode-se notar grande expansão dos setores mecânico, eletroeletrônico, têxtil, de calçados etc.

Taiwan é considerado pelo governo da República Popular da China como uma província rebelde, e já a ameaçou várias vezes de invasão para voltar a anexá-la. Tal situação só não se desenvolveu pois Taiwan tem apoio dos EUA, e sua invasão implicaria um conflito sino americano. Taiwan invadida poderia também significar o fim de investimentos – os maiores – que a China recebe. Trata-se de mais um impasse criado pela “Guerra Fria” que se perpetua até a primeira década do século XXI.

(Fonte: Portal Objetivo/ Adaptado por Profª Chris – Geo)

A Nova Ordem Mundial

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