Para pensar...

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Terrorismo no Quênia



Quem é o Al-Shabab, grupo que reivindicou ataque no Quênia

O grupo militante islâmico Al-Shabab, da Somália, assumiu a responsabilidade pelo ataque que deixou dezenas de mortos neste sábado em um shopping center de Nairóbi, no Quênia.
O Al-Shabab, que tem ligações com a rede Al Qaeda, vem promovendo ataques contra o Quênia desde 2011, quando tropas quenianas entraram no sul da Somália para combater os militantes do grupo.
O Al-Shabab chegou a controlar boa parte da Somália, mas foi expulso das principais cidades que dominava no sul e no centro do país. Ainda assim, o grupo permanece como uma ameaça em potencial.

 

Quem é o Al-Shabab?

Al-Shabab significa 'A Juventude' em árabe. O grupo apareceu como uma ala radical da hoje finada União das Cortes Islâmica da Somália em 2006, enquanto o grupo combatia as forças etíopes que entraram na Somália para apoiar o fraco governo interino.
Há vários relatos sobre a presença de jihadistas estrangeiros na Somália para ajudar o Al-Shabab.
O grupo impôs uma versão estrita da sharia (lei islâmica) nas áreas sob seu controle, incluindo o apedrejamento até a morte das mulheres acusadas de adultério e o amputamento das mãos de acusados de roubo.

 

Quanto da Somália o Al-Shabab controla?

Apesar de ter perdido o controle das cidades e povoados, o grupo ainda tem influência sobre muitas áreas rurais da Somália.
O Al-Shabab foi expulso da capital do país, Mogadíscio, em agosto de 2011, e perdeu o controle do vital porto de Kismayo em setembro do ano passado.
Kismayo era uma peça importante para os militantes, permitindo que suprimentos chegassem a áreas sob seu controle e provendo recursos para suas operações.
A União Africana (UA), que apoia as forças do governo, comemorou a retomada do controle de ambas as cidades como grandes vitórias, mas o Al-Shabab ainda vem promovendo ataques suicidas relativamente frequentes em Mogadíscio e em outros lugares.
Analistas acreditam que o Al-Shabab está se concentrando cada vez mais em táticas de guerrilha para conter o poder de fogo das forças da UA.
Mas o grupo está sob pressão de várias frentes, incluindo a incursão das forças do Quênia na Somália em 2011. O Quênia acusou os militantes do Al-Shabab de sequestrar turistas. As forças quenianas, agora sob o comando da UA, esteve à frente dos esforços para expulsar o grupo no sul do país, até Kismayo.
Enquanto isso, as forças da Etiópia entraram pelo oeste e tomaram controle das cidades centrais de Beledweyne e Baidoa.

Quem é o líder do Al-Shabab?

Ahmed Abdi Godane é o chefe do grupo. Conhecido como Mukhtar Abu Zubair, ele é originário da região separatista da Somalilândia, ao norte do país.
Há relatos - fortemente negados pelo Al-Shabab - de que sua liderança está sendo cada vez mais contestada pelos originários do sul do país, que formam o grosso dos combatentes do grupo, estimados entre 7.000 e 9.000.
Godane raramente é visto em público. Seu antecessor, Moalim Aden Hashi Ayro, foi morto em um ataque aéreo americano em 2008.

Quais são as ligações internacionais do Al-Shabab?

O Al-Shabab se aliou à Al Qaeda em fevereiro de 2012. Em um comunicado conjunto em vídeo, o líder do Al-Shabab, Ahmed Abdi Godane, disse que "prometia obediência" ao líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri.
Os dois grupos vêm trabalhando juntos há tempos, e estrangeiros estariam lutando ao lado dos militantes somalis.
No ano passado, líderes do Al-Shabab acompanharam um homem identificado como o cidadão americano Abu Abdulla Almuhajr, que se dizia da Al Qaeda, enquanto ele distribuía ajuda a vítimas da fome no território controlado pelos militantes islâmicos.
Autoridades americanas acreditam que com a Al Qaeda em retirada do Afeganistão e do Paquistão após a morte de Osama bin Laden, seus combatentes estão cada vez mais buscando refúgio na Somália.

O Al-Shabab já havia promovido ataques fora da Somália?

O grupo foi responsável por um ataque suicida duplo na capital de Uganda, Kampala, que matou 76 pessoas que assistiam pela televisão à final da Copa do Mundo de futebol, em 2010.
O ataque aconteceu porque Uganda - junto com o Burundi - forneceu grande parte das tropas da UA na Somália antes de o Quênia entrar no conflito.
Analistas dizem que os militantes entram com frequência no Quênia e deixam o país sem serem interceptados. Seus militantes até mesmo visitariam a capital, Nairóbi, para tratamentos médicos.
O ataque duplo em 2002 contra alvos israelenses próximo ao balneário de Mombasa, no Quênia, foi supostamente planejado na Somália por uma célula da Al Qaeda.
Os Estados Unidos também acreditam que alguns dos integrantes da Al Qaeda que planejaram os ataques contra as embaixadas americanas em Nairóbi e em Dar es Salaam, em 1998, depois fugiram para a Somália.

 

Quem são os apoiadores do Al-Shabab?

A Eritréia é o único aliado regional, mas nega prover armas para o Al-Shabab.
A Eritréia apóia o Al-Shabab para conter a influência da Etiópia, seu maior inimigo.
Com o apoio dos Estados Unidos, a Etiópia enviou tropas para a Somália em 2006 para combater os islamistas. As forças etíopes se retiraram em 2009 após sofrer fortes baixas.
Após intervir novamente em 2011, a Etiópia diz que entregará os territórios que conquistou à UA.

 

O que faz o governo da Somália?

O presidente é o ativista e ex-acadêmico Hassan Sheikh Mohamud. Ele foi eleito em 2012 por um recém-escolhido Parlamento somali, seguindo um processo de paz promovido pela ONU.
Ele derrotou o ex-presidente Sheikh Sharif Sheikh Ahmed - um ex-combatente rebelde islâmico, cujos três anos no poder foram criticados pelo suposto descontrole sobre a corrupção.
O Al-Shabab denunciou o processo de paz como um plano estrangeiro para controlar a Somália.
A Somália é considerada um "Estado falido". O país não tem um governo nacional efetivo há duas décadas. Nesse período, a maior parte do país tem sido uma zona de guerra constante.
A situação tornou fácil para o Al-Shabab, quando o grupo apareceu, ganhar apoio entre os somalis. O grupo prometia segurança à população, algo altamente desejado.
Mas sua credibilidade foi atingida quando rejeitou a ajuda alimentar ocidental para combater a fome causada pela seca em 2011.
O Al-Shabab defende a versão wahabista do Islã, inspirada pela Arábia Saudita, enquanto a maioria dos somalis segue a linha do sufismo. O Al-Shabab destruiu um grande número de santuários sufistas, provocando uma queda ainda maior em sua popularidade.
Entretanto, com a capital, Mogadíscio, e outras cidades grandes agora sob controle do governo, há um novo sentimento de esperança no país, e muitos somalis retornaram do exílio, trazendo consigo dinheiro e novas habilidades.
Com serviços antes inexistentes como coleta de lixo e iluminação urbana reaparecendo, a Somália pode finalmente estar reemergindo das cinzas das últimas duas décadas.


A INDÚSTRIA NO BRASIL


Costuma-se dizer que a indústria brasileira nasceu tardiamente e na dependência de tecnologia externa, pois o primeiro surto industrial do Brasil ocorreu um século depois de deflagrada a Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII). Para MAGNOLI (1996), a industrialização brasileira pode ser dividida em duas etapas históricas distintas: o primeiro surto industrial acompanhou o crescimento da economia cafeeira capitalista de São Paulo. Considera a Revolução de 1930 o marco para um novo período industrial, identificado com os governos nacionalistas de Getúlio Vargas e uma orientação para a abertura ao capital e indústrias transnacionais, no governo de Juscelino Kubistchek (1956-1961), configurando a substituição do modelo agrário exportador pelo urbano-industrial.
O surto industrial tem início a partir de 1890, na região cafeeira do Sudeste, estendendo-se até 1929. É precedido por vários fatos históricos importantes: a imigração estrangeira (1880), representando mão-de-obra especializada para a indústria; a Abolição dos escravos (1888) e a instauração da República (1889). As Indústrias predominantes, nessa época, eram as fábricas de bens de consumo não-duráveis (têxteis, vestuários, calçados, alimentos) e as metalúrgicas e químicas (tintas), que se concentravam no Oeste paulista. A concentração industrial em São Paulo pode ser explicada pelos seguintes fatores:
􀂃 A economia cafeeira gerou um mercado consumidor interno (classe média, trabalhadores, imigrantes e escravos recém libertos);
􀂃 A concentração da força de trabalho (imigrantes, nas épocas de crise do café);
􀂃 A infra-estrutura ferroviária que servia à região cafeeira (transporte de carvão e ferro para as indústrias);
􀂃 A concentração de capitais financeiros (exportação do café);
􀂃 A infra-estrutura portuária e energética.
A relação entre a economia cafeeira dominante e a economia industrial nascente se dava da seguinte forma:
a) as crises de superprodução do café provocavam a queda do preço no mercado mundial, o declínio das exportações, o recuo nas plantações e o êxodo de trabalhadores para as fábricas; verificava se o crescimento da indústria, via empréstimos bancários.
b) a recuperação cafeeira fazia com que os empréstimos bancários se destinassem às plantações de café, o retorno à exportação. Retomava-se à importar produtos industriais (melhores e mais baratos), gerando crises e falências, industriais.
O início da segunda fase da industrialização brasileira é marcado pela crise da Bolsa de Nova Iorque (1929). Essa crise provocou uma contração dos mercados consumidores dos países desenvolvidos e derrubou os preços das mercadorias de exortação dos países de economia agrária, como o Brasil. Os reflexos dessa crise no Brasil foram desastrosos: além da queda do preço do café, cai também as oligarquias cafeeiras, derrubadas pelo movimento revolucionário de 1930. A classe média e a burguesia comercial chegam ao poder, juntamente com Getúlio Vargas, A ascensão de Vargas representou o estabelecimento da burguesia de pensamento industrial no poder No intuito de viabilizar a infra-estrutura para a indústria e garantir a integração nacional, foram desencadeadas as seguintes, políticas:
􀂃 Centralização política do poder através do (Estado Novo, provocando a queda dos poderes locais)
􀂃 Criação de empresas estatais em 1941 a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN); em 1942, a Companhia Vale do Rio doce (CVRD), com o objetivo de viabilizar a produção de bens de produção e de consumo duráveis, e a implantação de Infra-estrutura energética (criação da CHESF);
􀂃 Expansão da fronteira econômica, através da marcha para o oeste, buscando a incorporação das terras do Centro-Oeste (expansão da pecuária extensiva nos cerrados). A indústria começava a reorganizar o território nacional. Pode-se dizer que no período de 1930 até a Segunda Guerra Mundial a indústria nacional cresceu livre da concorrência estrangeira. A Segunda Guerra Mundial (1939 -1945) ao mesmo tempo em que freou o crescimento industrial, devido a redução das importações de máquinas e equipamentos, estimulou a substituição dessas importações por produtos, nacionais. A "Era Vargas" foi a "Era das indústrias nacionais". "No pós-guerra, a criação da Indústria de bens de produção voltaria a se associar ao nome de Getúlio Vargas, em 1951 é Inaugurada a usina de Paulo Afonso (...). Em 19S3 surgia a Petrobrás e, com ela, um gigantesco esforço voltado para a produção, o refino e o transporte do petróleo organizado sob o signo do monopólio estatal" (MAGNOLI, 1996)
A partir da década de 50 a industrialização brasileira sofreu uma forte aceleração. No governo J.K. é reorientada a política industrial brasileira, enfatizando-se a abertura do país aos investimentos estrangeiros diretos. O seu "Plano de Metas" (50 anos em 5) tinha como fundamento a implantação de um sólido parque automobilístico, com tecnologia dos EUA e da Europa. Tal política pode ser apontada como a responsável pela inserção efetiva do Brasil ao capitalismo internacional, através da seguinte dinâmica:
􀂃 Aquisição de empréstimos internacionais a fim de financiar as obras de infra-estrutura (construção de rodovias e hidrelétricas, expansão do refino de petróleo, etc.)
􀂃 Forte estimulo ao capital estrangeiro direto através da abertura da economia e das vantagens, locacionais oferecidas.
􀂃 Formação da tríplice aliança (tríade), da qual faziam parte o capital estatal (obras de infra-estrutura), os conglomerados transnacionais (setor de bens de consumo duráveis) e o grande capital nacional (setor de tens de consumo não-duráveis).
􀂃 Integração do território nacional como condição à consolidação da Indústria, ganhando importância o planejamento regional, favorecendo a concentração de capital no Sudeste.
􀂃 Criação de políticas públicas regionais, a exemplo da SUDENE (19S9), com o pretexto de reduzir as desigualdades regionais Os recursos públicos utilizados para criar a infra-estrutura no Nordeste favoreceu a instalação de indústrias paulistas sofisticadas tecnologicamente, dificultando a absorção da mão-de-obra local.
􀂃 Construção de Brasília (1960), viabilizou o inicio da geopolitica de integração nacional, com a construção de estradas radiais, responsável pela articulação do território nacional e a superação do "arquipélago econômico". Serviu para dificultar a pressão popular sobre o Governo.
􀂃 Incentivo à indústria automobilística e de eletrodomésticos (bens de consumo duráveis) controlados por empresas transnacionais. É importante ressaltar que o governo brasileiro estimulou os investimentos estrangeiros de várias maneiras: liberando as importações de máquinas e equipamentos, criando mecanismos de créditos para expandir o consumo interno, instalando programas rodoviários, energéticos e siderúrgico, dentre outros. As firmas estrangeiras também estavam Interessadas na exploração das matérias-primas e da mão-de-obra brasileira (numerosa e mal remunerada). Esse processo de industrialização dependente e acelerado que vai do pós-guerra até meados da década de 70, caracteriza a ruptura com o modelo agro-exportador e encerra a fase típica de substituição de importação (produção interna dos bens industriais que antes eram importados), trazendo como conseqüências:
􀂃 A Divisão Territorial do Trabalho, com a concentração industrial e financeira em São Paulo.
􀂃 A integração do território, com a criação de um espaço nacional. A nova forma de organização do espaço orienta-se segundo um esquema de centro (SP e RJ) e periferias (fornecedoras de mão-de-obra e matérias-primas).
􀂃 O Centro-Sul tornou-se a região mais industrializada e urbanizada do Brasil e surgiu como expressão de modernidade e de integração econômica.
􀂃 O Nordeste cristaliza-se como região de economia deprimida e como área de emigração intensa para o Centro-Sul. A crise social e bolsões de miséria marcam o espaço geográfico nordestino.
􀂃 A Amazônia aparece como imensa reserva fracamente povoada e como futura fronteira de expansão da economia Industrial nacional.

A ACELERAÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIAUZAÇÂO BRASILEIRA
O endividamento externo e a dependência econômica. Desde o Plano de Metas e até meados da década de 70 houve um acelerado desenvolvimento econômico, baseado nos seguintes fatores:
􀂃 A entrada de capitais estrangeiros através de investimentos produtivos diretos, ou seja, com a abertura de filiais de conglomerados transnacionais.
􀂃 A política internacional de juros baixos favoreceu os empréstimos e não causou entraves ao crescimento econômico.
􀂃 Havia um equilíbrio relativo entre as importações de bens industriais e as exportações de matérias-primas.
􀂃 A ampliação do consumo interno através de políticas de estimulo ao crédito, garantindo e consolidando o processo de industrialização.
􀂃 O controle sobre a força de trabalho pelo Estado autoritário, proibindo greves e mantendo sindicatos patronais.
A partir da década de 70, o modelo econômico apoiado na dependência de empréstimos financeiros externos começou a se esgotar, devido ao "primeiro choque" do petróleo (1973), causando grande recessão na economia mundial e afetando o país em função do aumento dos gastos com as importações de bens de produção (juros elevados) e da diminuição dos ganhos, pois as matérias-primas foram desvalorizadas pelos países, desenvolvidos (pela redução das compras) O saldo negativo na balança comercial forçou o Governo brasileiro a reorientar a economia buscando atingir superavit (saldo positivo) para o pagamento da divida externa, a partir das seguintes medidas:
􀂃 Redução das Importações com o aumento das tarifas alfandegárias A principal conseqüência foi o atraso tecnológico do parque industrial brasileiro, devido aos poucos investimentos empresarias e o encarecimento das importações de máquinas e equipamentos.
􀂃 Redução dos gastos governamentais na área social, gerando a desestruturação e sucateamento dos programas de saúde e de educação públicos, ampliando o mercado para a iniciativa privada.
􀂃 Incentivo às exportações de produtos extrativistas e à agricultura comercial, como a soja.
􀂃 Aumento dos gastos públicos em grandes projetos voltados à exportação, como por exemplo os projetos agrominerais da Amazônia (Carajás, AIbrás, Jari, ete.).
A partir de 1982 o Brasil passou a incorporar uma sucessão de atrasos de pagamentos da divida externa, bem como conheceu nessa década uma explosão inflacionária, que refletia a instabilidade geral da economia da América Latina. Os superavites da balança comercial não foram utilizados para sustentar as importações necessárias ao desenvolvimento industrial, mas para pagar os sucessivos rombos gerados pelos juros e serviços da dívida. O país perdeu a capacidade de importar e a base produtiva instalada nas décadas anteriores conheceu um processo de defasagem tecnológica e o crescimento e agravamento das contradições sociais. Vivia-se, nos anos 80, a "década perdida".
Os anos 90 marcam a liberalização da economia e a abertura mercado interno por corta da implantação de um modelo politico-econômico neoliberal, integrando o país definitivamente à economia mundial Nesse contexto ocorre a queda de juros no mercado internacional, associado aos acordos de renegociação da divida externa, bem como - atração de capitais internacionais pela abertura dos mercados financeiros e a privatização de Estatais, A orientação exportadora para conseguir divisas para o pagamento dos juros e serviços da divida, típica dos anos 80, cede lugar à atração de dinheiro novo para cumprir compromissos financeiros.
A abertura do mercado interno à concorrência estrangeira tem provocado o aumento das importações de bens de produção necessários à modernização tecnológica do parque industrial nacional. Expõe, ainda, vários ramos da indústria de tens de consumo, como carros, eletrodomésticos, brinquedos e até alimentos a essa competição, impondo rotos padrões de concorrência e competitividade para as Indústrias instaladas no pais, o que tem provocado alteração no padrão de distribuição da indústria.
Observa-se uma tendência à desconcentração industrial, com as seguintes tendências:
a) Deslocamento da indústria das grandes metrópoles para às pequenas e médias cidades, com o objetivo de reduzir os custos de produção, pois nessas cidades conta-se com terrenos mais baratos, impostos reduzidos, incentivos fiscais, mão-de-obra menos organizada, etc.
b) Deslocamento da indústria (ou fases da produção) do Sudeste para outras regiões que ofereçam vantagens locacionais (ex: o deslocamento de indústria de calçados e têxteis para o Nordeste).
c) Descentralização industrial para es tecnopólos ou pólos tecnológicos. Essa estratégia é típica da Terceira Revolução Industrial, onde as empresas de alta tecnologia buscam;
- Existência de universidades e centros de pesquisas avançadas.
- Mão-de-obra qualificada.
- Rede de serviços modernos e eficientes.
- Fugir das aglomerações urbano-industriais e seus diversos problemas.
O Brasil, atualmente. encontra sérias dificuldades para sua inserção na Terceira Revolução Industrial ou Revolução Cientifico- Tecnológica, dentre as quais destacam-se:
􀂃 O grande endividamento externo do pais, o que compromete os
investimentos estatais em educação e em Ciência e Tecnologia.
􀂃 O mau uso dos recursos públicos, (corrupção, desvio de verbas, obras duvidosas, etc.).
􀂃 A falta de uma política cientifica e tecnológica.
􀂃 A baixa qualificação da força de trabalho, quando comparada com a de outras regiões, como o sudeste asiático

PRINCICPAIS TRANFORMAÇÕES PROVOCADAS PELO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO:
a) Concentração industrial da região Sudeste (49%), especialmente no estado de São Paulo (57%).
b) Acentuadas disparidades regionais e sócio-econômicas devido a essa concentração espacial.
c) Estabelecimento de uma Divisão Territorial do Trabalho baseada no modelo centro X periferia; o Sudeste se consolidou como região de atração de população e capital e as demais regiões tornaram-se mercados consumidores e fornecedores de mão-de-obra e de matérias-primas e alimentos a preços baixos.
d) Grande mobilidade inter-regional da população, especialmente o fluxo de trabalhadores que se dirigem do Nordeste para o Sudeste.
e) Forte participação do capital estrangeiro nos setores mais dinâmicos da economia brasileira.
f) Grande endividamento externo do país decorrente do esforço para financiar as indústrias de base e a infra-estrutura.
g) Industrialização tardia e dependente do capital internacional. A indústria brasileira pode ser considerada complementar, uma vez que produz bens de consumo, com tecnologia inferior, enquanto os países desenvolvidos produzem os tens de capital e tecnologia e os produtos industriais mais sofisticados.
h) Integração territorial através de eixos rodoviários em detrimento dos outros meios de transportes.
l) Forte presença do Estado no processo de industrialização.
j) Consolidação da cidade de São Paulo como principal centro de gestão da economia nacional e com forte ligação à economia mundial, o que lhe confere o status da "cidade global

A Nova Ordem Mundial

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