Para pensar...

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

sábado, 4 de janeiro de 2020

Qassem Soleimani, o general iraniano morto em ataque aéreo dos EUA em Bagdá


Quem era Qassem Soleimani? 
O major-general liderava desde 1998 a Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária, e era apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país, pois comandava a atuação iraniana em outros países, e a sua morte foi ordenada pelo presidente Donald Trump nesta quinta (02/01/2020), após uma semana de ações ofensivas entre EUA e Irã. Mas a instabilidade entre Irã e EUA não é recente, pois a potência norte-americana havia apoiado o Iraque nos anos 80 quando esse país esteve em guerra contra o Irã. Porém recentemente uma série de fatos culminaram em uma situação grave de geopolítica mundial. 

Veja a seguir esses acontecimentos:
Sexta-feira, 27 de dezembro: Uma base militar de aliados dos EUA no Iraque foi atacada com mais de 30 mísseis. Um americano que não era do exército, mas que prestava serviços para as forças armadas, foi morto. Os EUA apontaram como culpada uma milícia chamada Kataib Hezbollah, apoiada pelo Irã.
Domingo, 29 de dezembro: Os americanos realizaram ataques em resposta e mataram 24 pessoas em bases de milícias no Iraque e na Síria. Essas milícias iraquianas apoiadas pelo Irã são uma força importante: elas têm um grande número de representantes no Parlamento do Iraque. Elas atuam no Iraque, mas são financiadas e orientadas pelo Irã. Quando os EUA impõem sanções aos iranianos, essas organizações reagem com ataques no Iraque, onde há presença de americanos.
Terça-feira, 31 de dezembro: Membros dessas milícias invadiram o perímetro da embaixada dos EUA em Bagdá, a capital do Iraque. Na ocasião, Trump acusou os iranianos de estarem por trás dos protestos. A embaixada ficou sitiada por pouco mais de 24 horas. Os líderes das milícias pediram para que ela fosse liberada na quinta-feira (2), e a ordem foi imediatamente cumprida.
Quinta-feira, 2 de janeiro: Os EUA executaram o ataque por drones pela noite no aeroporto de Bagdá, no Iraque, que matou Soleimani.
Os dois países têm uma relação de confronto há décadas, e os desentendimentos e confrontos indiretos aumentaram desde que Trump assumiu o governo. Em 2015, quando o presidente dos EUA era Barack Obama, o país islâmico fechou uma convenção com Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China, na qual o Irã aceitou limitar o enriquecimento de urânio e ser supervisionado por inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU), em troca do fim de sanções econômicas. Trump venceu as eleições em 2016, e uma de suas promessas de campanha era justamente acabar com esse tratado, sob a justificativa de que dois temas não estavam contemplados: o fim de seu programa de mísseis e o envolvimento em conflitos no Oriente Médio –coordenados justamente por Soleimani.
Em maio de 2018, Trump tirou os Estados Unidos formalmente do acordo e, desde então, tem ameaçado países que importam petróleo iraniano, desde então o Irã vem descumprindo os compromissos que havia pactuado no acordo nuclear.
Em junho de 2019, incidentes (citados anteriormente) levaram os dois países à iminência de um conflito armado. Trump chegou até a ordenar bombardeios, mas recuou em cima da hora.
Aquele conflitou se iniciou quando dois navios petroleiros que navegavam perto do Irã foram atacados. Os EUA apontaram os iranianos como responsáveis. O Irã negou. Cerca de uma semana depois, o Irã revelou que derrubou um drone americano em seu território –os iranianos afirmam que a aeronave não tripulada sobrevoava perto de seu litoral. Os EUA contestam essa versão iraniana: disseram que o drone estava sobre águas internacionais. Trump, então, resolveu retaliar e ordenou um ataque a alvos em terra no Irã, mas cancelou a iniciativa. Na ocasião, os iranianos afirmaram que um conflito iria se espalhar pelo Oriente Médio e seria incontrolável.
Em setembro de 2019, mísseis atingiram instalações de um complexo de óleo e gás na Arábia Saudita que pertencem à Aramco, uma empresa estatal. A ação provocou incêndios de grandes proporções e derrubou pela metade produção de petróleo e gás na Arábia Saudita. Os americanos afirmaram que os iranianos estavam por trás, e o Irã, novamente, disse que não eram os autores.
Os EUA afirmaram, por sua vez, que a ofensiva de domingo fora uma resposta a um ataque de míssil contra uma base militar no Iraque que matou um civil americano na sexta-feira passada. O fato é que o assassinato do general representa uma escalada drástica nas tensões entre Washington e Teerã. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, já afirmou e avisou a ONU que "uma vingança severa aguarda os criminosos" por trás do ataque. Ele também anunciou três dias de luto nacional.
Vale lembrar que qualquer país para realização de uma ação militar em outro território necessitaria de aprovação unanime do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, China e Rússia), porém os EUA estão acostumados com a posição de “polícia do mundo”,  já realizaram ofensivas sem esse consentimento oficial, e que o Irã é considerado “país-Hostil” pelos EUA há muito tempo.


A Nova Ordem Mundial

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