Para pensar...

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Entenda a saída dos EUA do Tratado de Paris

O que é o Acordo de Paris?
Acordo de Paris foi um tratado alcançado entre 195 países do mundo para reduzir gradualmente as emissões que causam a mudança climática. O objetivo é prevenir um aumento maior do que 2 graus célsius na temperatura média global, que poderia aumentar o nível dos oceanos, provocar grandes secas e causar tempestades perigosas.
O esquema foi negociado em 2015 durante a Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) e passou a valer em novembro de 2016. A convenção e as discussões sobre o tema foram estimuladas pelo consenso geral da comunidade científica mundial de que o aumento das temperaturas globais nas últimas décadas foi causado por atividade humana.
Com o que os Estados Unidos haviam se comprometido?
O acordo exige que os países façam promessas voluntárias para reduzir as emissões nacionais e forneçam atualizações periódicas sobre seu progresso. O ex-presidente Barack Obama se comprometeu a reduzir entre 26% e 28% o nível das emissões americanas de 2005 até 2025. Essa meta não é fixa e o objetivo é aumentá-la ao longo dos anos.
O trato também demanda que os países desenvolvidos, cujas economias historicamente contribuíram para as emissões, ajudem a financiar a transição dos países em desenvolvimento para formas de energia mais limpas. O plano é arrecadar 100 bilhões de dólares por ano com doações públicas e privadas.
Obama transferiu 1 bilhão de dólares, de um total de 3 bilhões com os quais havia se comprometido, para o Fundo das Nações Unidas para o Clima antes de deixar o cargo.
O que Trump rejeita no acordo?
Trump não aceita a ideia de que as emissões estão causando mudanças climáticas significativas e acredita que os cientistas e especialistas estão difundindo teorias da conspiração. Em sua campanha eleitoral, afirmou várias vezes que a mudança climática foi inventada pela China. Mais tarde disse que as afirmações não passavam de uma piada, mas reiterou que não crê que os chineses irão cumprir sua parte no acordo ou estejam sequer tentando reduzir seu consumo de combustíveis fósseis.
De forma geral, o republicano é bem cético em relação a pactos e organizações internacionais, por isso sempre tende a desacreditar de suas políticas e dizer que os Estados Unidos não se beneficiam diretamente dos seus resultados. Em especial, acredita que os gastos com o Acordo de Paris propostos pela antiga administração são absurdos e podem levar a uma redução no crescimento econômico sem nenhum benefício aparente.
Trump nomeou outro cético para dirigir a Agência de Proteção Ambiental, Scott Pruitt, e também está revogando o Plano de Energia Limpa criado pela administração Obama para reduzir as emissões das usinas de carvão.
O que acontecerá agora?
O acordo não vai acabar da noite para o dia. Tecnicamente, Trump não pode abandonar o tratado até 2019. No entanto, é possível que ele consiga acelerar o processo e suspender as regulamentações internas já aprovadas pelo Senado americano. Ainda assim, já existem rumores de que a China e a União Europeia estão dispostas a se comprometer publicamente com o tratado mesmo sem os Estados Unidos.
Muitos especialistas acreditam que mesmo fora do acordo, os americanos podem alcançar bons resultados em reduções de emissões e mudança de políticas climáticas. A economia americana  já não é dependente de fontes de energia poluentes como o carbono e o carvão e está migrando cada vez mais para o gás natural e a energia renovável. As ações de Trump podem não ser suficientes para alterar essa tendência.
Contudo, defensores do acordo acreditam que a saída dos Estados Unidos prejudicará seu relacionamento com aliados próximos, que podem acabar cedendo eventualmente à influência econômica da China.
No pior dos casos, a retirada do acordo desencorajará as nações em desenvolvimento, que se espelham nos americanos, a tomarem medidas adicionais para limitar suas emissões. Além disso, o fim da contribuição americana com o Fundo das Nações Unidas para o Clima pode prejudicar o orçamento geral do órgão e, consequentemente, os esforços que buscam impedir os perigosos aumentos de temperatura.

 Fonte: Veja

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Tensão na Síria - Inicio do Conflito e a Intervenção dos EUA

Antes do início do conflito, muitos sírios se queixavam de um alto nível de desemprego, corrupção em larga escala, falta de liberdade política e repressão pelo governo Bashar al-Assad - que havia sucedido seu pai, Hafez, em 2000.
Em março de 2011, adolescentes que haviam pintado mensagens revolucionárias no muro de uma escola na cidade de Deraa, no sul do país, foram presos e torturados pelas forças de segurança.
O fato provocou protestos por mais liberdades no país, inspirados na Primavera Árabe  (manifestações populares que naquele momento se estendiam pelos países árabes). Quando as forças de segurança sírias abriram fogo contra os ativistas, as tensões se elevaram e mais gente saiu às ruas. Os manifestantes pediam a saída de Assad.
A resposta do governo foi sufocar as divergências, o que reforçou a determinação dos manifestantes. No fim de julho de 2011, centenas de milhares saíram às ruas em todo o país exigindo a saída de Assad. À medida que a oposição aumentavam, a resposta violenta do regime se intensificava. Simpatizantes do grupo antigoverno começaram a pegar em armas, primeiro para se defender e depois para expulsar as forças de segurança de suas regiões. Assad prometeu "esmagar" o que chamou de "terrorismo apoiado por estrangeiros" e restaurar o controle do Estado. A violência rapidamente aumentou no país: grupos rebeldes se reuniram em centenas de brigadas para combater as forças oficiais e retomar o controle das cidades e vilarejos.
Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo. O conflito já havia, então, se transformado em mais que uma batalha entre aqueles que apoiavam Assad e os que se opunham a ele (ganhou características de guerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauítas) o braço do Islamismo a que pertence o presidente. Isto arrastou as potências regionais e internacionais para o conflito, conferindo-lhe outra dimensão. Em junho de 2013, as Nações Unidas informaram que o saldo de mortos já chegava a 90 mil pessoas.
A rebelião armada da oposição evoluiu significativamente desde suas origens. O número de membros da oposição moderada secular foi superado pelo de radicais e jihadistas (partidários da "guerra santa" islâmica). Entre eles estão o autointitulado Estado Islâmico e a Frente Nusra, afiliada à al-Qaeda.
Os combatentes do EI (Estado Islâmico) criaram uma "guerra dentro da guerra", enfrentando tanto os rebeldes da oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra. Também combatem o Exército curdo, um dos grupos que os Estados Unidos estão apoiando no norte da Síria.
Desde 2014, os EUA, junto com o Reino Unido e a França, realizam bombardeios aéreos no país, mas procuram evitar atacar as forças do governo sírio.
Já a Rússia lançou em 2015 uma campanha aérea com o fim de "estabilizar" o governo após uma série de derrotas para a oposição. A intervenção russa possibilitou vitórias significativas das forças sírias. A maior delas foi a retomada da cidade de Aleppo, um dos principais redutos dos grupos de oposição, em dezembro de 2016. Os rebeldes moderados têm requisitado armas antiaéreas ao Ocidente para responder ao poderio do governo sírio. Mas Washington e seus aliados têm procurado controlar o fluxo de armas por medo de que acabem indo parar nas mãos de grupos jihadistas.
O bombardeio,desta quinta-feira (06/04) feito a partir de dois navios de guerra americanos estacionados no mar Mediterrâneo, dá novos direcionamentos ao conflito, que já dura mais de seis anos. A Rússia, aliada do presidente Bashar al-Assad, condenou a medida - ela nega que o governo sírio esteja usando armas químicas.
O ataque dos Estados Unidos foi ordenado pelo presidente, Donald Trump, que até pouco tempo atrás citava Assad como um aliado na guerra contra o terror. Mas tudo mudou após imagens do ataque da terça chocarem o mundo, e criticava Hilary Clinton durante a campanha dizendo que ela incitava a guerra. Mas que agora precisa se fortalecer no meio político como quem não tem medo de enfrentar Putin, e diz ter ficado sensibilizado ao ver crianças como vítimas.
O que se seguiu foi o bombardeio realizado na noite da quinta-feira. Ao falar da ofensiva, Trump chamou Assad de "ditador" por ter lançado um "ataque com armas químicas terríveis contra civis inocentes".
O governo russo condenou o ataque americano, classificando o bombardeio com uma "agressão contra uma nação soberana". O porta-voz do governo, disse que a ofensiva dos EUA "causa um dano significativo às relações entre Washington e Moscou". Segundo ele, o presidente Vladimir Putin vê o ataque como "uma intenção de distrair o mundo pela morte de civis provocadas pela intervenção militar no Iraque".
E assim o mundo está assistindo ao início de um momento de grande tensão entre grandes potências militares, como se estivéssemos em plena Guerra Fria!

Fonte: BBC


A Nova Ordem Mundial

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