Para pensar...

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O Mundo Árabe: Em crise?

Dá-se o nome de Mundo Árabe ao conjunto de países africanos e do Oriente Médio que, além de predominantemente islâmicos, tem uma cultura árabe (influenciada por peculiaridades locais) e fazem do árabe seu idioma oficial. São ao todo 22 países, dos quais 21 têm soberania (independência); a palestina (formada pela Faixa de Gaza e Cisjordânia) ainda não constitui um estado propriamente dito, devido à ocupação israelense na Cisjordânia.

Os estados árabes têm uma história política bastante recente, com exceção da Arábia Saudita (criada em 1932), todos somente alcançaram a independência plena após a Segunda Guerra Mundial, quando deixaram de ser colônias ou protetorados da Inglaterra, França e Itália.

O Mundo Árabe compreende atualmente 8 monarquias e 13 repúblicas. As monarquias (com exceção da Jordânia, que possui um regime razoavelmente democrático) são todas autoritárias, tendo na Arábia Saudita seu modelo mais extremado. Das repúblicas, o Líbano constituía um modelo de democracia, mas esse quadro foi alterado após uma sangrenta guerra civil que se prolongou de 1975 a 1990. As demais repúblicas são todas autoritárias ou mesmo abertamente ditatoriais, sendo que a Somália, desde 1991, não tem uma autoridade nacional estruturada.

A atual crise do Mundo Árabe começou em janeiro na Tunísia, quando intensas manifestações obrigaram o ditador Zini bem Ali – no poder havia 23 anos – a fugir. Esse fato repercutiu no Egito, onde a pressão popular provocou a renúncia do general Hosni Mubarak, ditador desde 1981. Pouco depois, irrompeu na Líbia uma rebelião contra o coronel Muammar Khadafi que, embora curiosamente não tenha cargo oficial, governa a Líbia com mão de ferro desde 1969.

Refletindo esses acontecimentos, vêm ocorrendo manifestações contra diversos outros governos árabes, notadamente no Iêmen, no Bahrein e na Síria – países nos quais a repressão tem sido mais dura.

Embora a maioria dos analistas queira ver nesses movimentos uma grande crise política que levará à derrubada dos regimes autoritários que pesam sobre quase todo o Mundo Árabe, é difícil fazer um prognóstico seguro devido às particularidades de cada país: condições econômicas, diferenças étnicas, predomínio dos laços tribais sobre o sentimento nacional, conflitos religiosos e – mais que tudo – a ausência histórica de uma tradição democrática nos moldes ocidentais.

Indubitavelmente existe uma crise, e ela produzirá desdobramentos. Mas dificilmente os resultados serão homogêneos. E o Mundo Árabe, apesar de sua grande contribuição cultural para a humanidade, continuará a ser um mosaico que contraria a aparentemente inexorável tendência à globalização.

Fonte: Portal Objetivo

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