Para pensar...

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

domingo, 27 de outubro de 2013

Seis formas de utilizar a nota do Enem

1. O Enem é requisito básico para disputar uma das vagas oferecidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que seleciona estudantes para universidades federais, estaduais e institutos de tecnologia. De acordo com levantamento do site de VEJA, pelo menos 92 instituições utilizam o sistema para o preenchimento parcial ou total de suas vagas. Mas atenção: para brigar por uma vaga, é preciso redobrar os cuidados com a redação. Uma nota zero nessa prova impede o candidato de concorrer a vagas do programa federal.
2. Há universidades públicas que não aderem ao Sisu, mas utilizam a nota do Enem em seus processos seletivos. Algumas instituições utilizam o Enem em substituição à primeira fase do vestibular; outras, como complemento à nota.
3. Todos os alunos interessados em concorrer a uma vaga no Programa Universidade Para Todos (Prouni), que oferece bolsas de estudo em universidades privadas a estudantes de baixa renda, são obrigados a realizar o Enem. Mas não basta fazer a prova, é preciso obter no mínimo 400 pontos na média das cinco notas (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens, matemática e redação). Quem quer brigar pela vaga deve evitar ainda a nota zero em redação. 
4. Desde 2011, o Enem é obrigatório para quem deseja solicitar o Fundo de Financiamento do Estudante do Ensino Superior (Fies). A regra vale para quem concluiu o ensino médio a partir de 2010. Diferentemente do Prouni, o Fies não impõe restrições relativos à média dos candidatos para concecer o financiamento. 
5. A importância do Enem não se encerra com o ingresso no ensino superior. Para os universitários interessados em estudar no exterior, o exame é etapa obrigatória na disputa por bolsas do programa Ciência sem Fronteira - que, até 2015, pretende enviar 101.000 jovens para cursos de graduação e pós-graduação do exterior. No processo seletivo, os candidatos são avaliados ainda segundo o desempenho acadêmico e domínio de língua estrangeira. Estudantes com nota superior a 600 pontos no Enem têm preferência.

6. Pessoas com mais de 18 anos que não concluíram o ensino médio podem obter o certificado de conclusão desta etapa escolar por meio do Enem. A opção deve ser informada pelo candidato no ato da inscrição. Para a emissão do diploma, é preciso obter mais de 450 pontos em cada uma das áreas do conhecimento (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática) e 500 pontos na redação.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A nova era do petróleo

ATUALIZAÇÃO – Como antecipado, houve apenas um consórcio participante do “leilão”. Obviamente, venceram com a oferta mínima. Integram o grupo de empresas que vão explorar o campo de Libra a própria Petrobras, a norte-americana Shell, a francesa Total e as chinesas CNPC e CNOOC.
Inicia-se o primeiro leilão para exploração do petróleo formado na camada pré-sal. A área destinada situa-se no campo de Libra, a maior reserva do óleo em águas profundas do mundo.
O contrato oferecido pelo Governo para as empresas interessadas inaugura uma nova forma de exploração do mineral, a chamada “gestão compartilhada”: segundo esse modelo, a Petrobras será operadora exclusiva do campo, terá participação obrigatória de 30% do petróleo produzido e será criada uma agência reguladora para acompanhar a execução do projeto, chamada PPSA. Além disso, será considerada vencedora do leilão a licitante que oferecer a maior parcela de lucro pela extração do óleo, descontados os tributos e os royalties, para a União. Segundo o edital, a oferta mínima é de 41,65%. Mais ainda, a vencedora deverá pagar um bônus de R$ 15 bilhões para o Governo brasileiro.
Tudo isso, segundo os liberais, deixa o negócio pouquíssimo atrativo para as empresas privadas. Além dos altos valores e participação obrigatória da estatal brasileira, há o risco do projeto naufragar: ainda não se sabe exatamente qual o custo da extração do petróleo de camadas tão profundas do oceano. Esse grupo parece ter razão ao notarmos que as gigantes mundiais do petróleo, como a britânica BP e a americana ExxonMobil, preferiram não participar da disputa. O Governo esperava cerca de 40 empresas habilitadas. Apareceram apenas 11, das quais 06 são estatais de outros países, principalmente da China. Alguns analistas indicam que os chineses têm grandes chances de vencer o leilão, porque não estariam preocupados com o lucro, mas sim com o acesso a reservas de petróleo.
Há, ainda, um outro dado: até poucas horas antes da abertura dos lances, negociações entre os concorrentes indicavam que seria formado um único consórcio para apresentar oferta, o que faria ruir a expectativa de concorrência na licitação. Consequência imediata: a parcela de participação da União ficaria no mínimo estipulado, 41,65%.
Dessa vez, não são só os liberais que preveem um certo fiasco. Membros da esquerda e os trabalhadores da indústria do petróleo há tempos se manifestam contra a decisão da Presidência de privatizar a riqueza pátria. Considerando as recentes denúncias de espionagem do governo americano, acreditam que estaríamos vendendo nosso petróleo aos interesses estrangeiros e abrindo mão de grande parte da soberania nacional. A área ao redor do hotel onde ocorrerá o certame conta com forte esquema de segurança integrado pela Polícia Militar, Força Nacional de Segurança, Exércio e Agência Brasileira de Inteligência. Em tempos de manifestações populares, a tensão é inafastável.
É interessante notar, de uma forma ou de outra, que não importa o alinhamento político deste ou daquele governante quando confrontados com a necessidade de promover investimentos e obter lucro com as empresas estatais. Quem sempre foi contra a privatização acaba cedendo e oferece, ao invés da empresa em si, o próprio objeto a ser explorado. Reconhece-se, assim, que algumas coisas estão além das forças do Estado e cabe ao capital suplementá-las.
O Governo nega, por sua vez, que seja uma privatização (afinal, tenta manter a coerência com todas as críticas que promoveu no passado). Afirma que o modelo de gestão compartilhada manterá altíssimos níveis de retorno financeiro ao país e justifica a decisão diante da incerteza da quantidade explorável do petróleo pré-sal - cenário que não permitiria o empenho exclusivo da Petrobras no processo. Ao mercado, contudo, divulga que o potencial do campo de Libra é “inimaginável” e conclama as empresas privadas a participarem dos leilões diante das expectativas de lucro no longo prazo.




Novas regras para a reforma agrária

Nos últimos dois meses, a Presidência da República publicou diversas portarias com o intuito de alterar o processo da reforma agrária, “o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e aumento da produtividade” (art. 1º, § 1º, do Estatuto da Terra – Lei 4.504/1964).
Até então, bastava que o imóvel rural fosse declarado improdutivo para ser incluído no programa de reforma agrária. Ocorre que, aparentemente, o Governo nunca havia aventado a possibilidade do imóvel ser improdutivo por natureza, ou seja, sem qualquer potencial de plantação e cultivo.
Isso causou o assentamento de milhares de famílias que continuaram dependentes de programas sociais do Governo, naquilo que o ministro Gilberto Carvalho chamou de “favelas rurais”.
Na nova sistemática, além da declaração sobre a improdutividade, a destinação do imóvel para a reforma agrária dependerá de comprovação de sua capacidade de geração de renda. Além disso, a fim de evitar injustiças, somente serão assentadas as famílias que estiverem inscritas no Cadastro Único de Programas Sociais, o mesmo utilizado para pagamento do Bolsa Família.

A questão agrária não é nova na discussão política nacional, mas é certo que as pressões dos movimentos sociais ligados ao campo arrefeceu nos últimos anos. Não obstante, a qualidade de vida fora das cidades ainda é um desafio para a Presidência, diante do incessante movimento migratório para os grandes centros urbanos, o qual, além de esvaziar a população rurícola, causa o crescimento desordenado das cidades e mantém essas pessoas em nível de pobreza inaceitável para um país de economia próspera.

A Nova Ordem Mundial

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