A escalada de violência que começou em
junho deste ano entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza é o terceiro conflito do tipo desde
que o grupo islâmico passou a controlar a região, em 2007.
Desta vez, foi o
sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses o estopim para os
novos confrontos. Eles desapareceram em 12 de junho, e seus corpos foram
encontrados com Marcas de tiros no dia 30 do mesmo mês.
Israel afirma que o Hamas foi o responsável pelas mortes – e considera
a organização islâmica um grupo terrorista que não aceita se desarmar.
O grupo islâmico
não confirmou nem negou envolvimento nas mortes. Durante as buscas pelos
adolescentes na Cisjordânia, as forças israelenses prenderam centenas de
militantes do Hamas.
No dia seguinte à localização dos corpos dos jovens israelenses, um
adolescente palestino foi encontrado morto em Jerusalém Oriental – a autópsia
indicou que ele havia sido queimado vivo. Israel prendeu seis judeus
extremistas, e três deles confessaram o crime – o que reforçou a tese de crime
com motivação política, gerando revolta e protestos
em Gaza.
A essa altura, Israel já respondia aos foguetes disparados por
ativistas palestinos da Faixa de Gaza em direção ao país. Em 8 de julho, após
intenso bombardeio contra o sul de Israel, o Estado judeu passou para os
ataques aéreos contra Gaza.
O Hamas respondeu com foguetes contra a capital Tel Aviv, e as forças
israelenses decidiram atacar também por terra.
Justificativas
Além das mortes dos adolescentes, Israel justifica seus ataques como respostas
aos foguetes disparados pelo Hamas em direção à Israel e uma forma defesa. O
Estado israelense afirma ainda que o grupo islâmico esconde militantes e armas
em residências da Faixa de Gaza e, por isso, precisa bombardeá-las, mesmo que
isso signifique a morte de civis. Essa atitude tem refletivo de forma negativa
na opinião pública interna e internacional.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse ainda que, com
ou sem cessar-fogo na região, seu Exército irá completar a "missão"
de destruir os túneis que os militantes palestinos contruíram sobre a fronteira
com o Estado judeu.
Do lado palestino, somado à morte do adolescente e às prisões de
integrantes do Hamas, está
a insatisfação da população de Gaza, que considera abusivo o controle de Israel
na região. Por causa dos bloqueios, os moradores dependem do Estado judeu para
ter acesso a água, eletricidade, meios de comunicação e dinheiro.
Quem Apoia o Conflito?
Antes da
Primavera Árabe de 2011, o mundo muçulmano costumava se unir em bloco em defesa
dos palestinos. Porém, com o fim dessa unidade, Qatar e Turquia são os únicos
aliados que sobraram ao Hamas – grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza
desde 2007.
Uma das menores
e mais ricas monarquias do mundo, o Qatar financia a construção de edifícios e
estradas em Gaza. Além disso, fornece ao Hamas centenas de milhões de dólares
por ano.
A Turquia já foi
aliada de Israel, mas o atual governo é favorável à linha militante do
islamismo e se aproximou do Hamas.
Egito, Arábia
Saudita, Emirados Árabes e Jordânia condenam tanto o Hamas quanto Israel pela
morte de civis em Gaza. Irã e Síria, que já apoiaram o Hamas, romperam com o
movimento palestino, pois ele favorece os rebeldes que lutam contra o ditador
sírio Bassar al-Assad.
No Ocidente, os
Estados Unidos dizem que é preciso “entender” a preocupação de Israel em
destruir os túneis que o Hamas usa para se infiltrar em território israelense.
O governo americano reconhece Israel
como Estado independente e este, por sua vez, é o principal aliado dos Estados
Unidos no Oriente Médio. Com ajuda americana, Israel permanece nas áreas
ocupadas, desrespeitando resolução da ONU. Ao mesmo tempo, as negociações de paz
na região são tocadas pelo secretário de Estado americano, John Kerry, com respaldo da União Europeia.
Os países europeus costumam apoiar
Israel nos conflitos no Oriente Médio. Entretanto, a péssima repercussão das
muitas mortes de civis na ofensiva atual fizeram com que as manifestações de
apoio ficassem mais raras e discretas.
Fonte: G1
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