Para pensar...

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

domingo, 24 de julho de 2011

Processo de Industrialização

1. Os diferentes tipos de indústrias

Podemos identificar atualmente dois principais tipos:
a) indústrias tradicionais, que utilizam muita mão-de-obra e menos máquinas;
b) indústrias de transformação, que constituem o tipo mais comum, característico de atividades industriais, e que podem ser divididas de acordo com a natureza dos bens produzidos:

· bens de produção ou bens de capital – petroquímica, siderúrgica, máquinas e equipamentos;

· bens intermediários – peças, ferramentas;

· bens duráveis – automóveis, eletrodomésticos, informática;

· bens não-duráveis – bebidas, cigarros, alimentos.

A robotização, a automação da produção e a terceirização produtiva (parceria com empresas fabricantes de peças de acordo com o padrão das montadoras que recebem royalties) caracterizam uma maior divisão internacional do trabalho.

Nesses termos, o fundamental para o avanço do processo industrial não é mais a disponibilidade de matérias-primas ou mão-de-obra barata. Tal fato representa centros universitários e de pesquisas – os tecnopólos –, que se distribuem por várias áreas do mundo, incluindo algumas no Brasil: São Carlos (UFSCAR), Campinas (UNICAMP), São José dos Campos (ITA), São Paulo (USP e outros importantes institutos universitários).

2. Evolução histórica
A atividade industrial pode ser analisada por meio das fases que antecederam a caracterização moderna, nas quais a elaboração de matérias-primas e sua posterior transformação em bens (produtos finais) era realizada de forma simples e a mão-de-obra artesã era fundamental.

Assim temos as seguintes fases:
a) Fase artesanal
– até o séc. XV.

· Nenhuma divisão do trabalho.

· Uso de ferramentas.

· Menor produção.

· Produtos personificados.

· Força de trabalho: mãos do artesão.

b) Fase manufatureira – séc. XVI ao XVIII.

· Divisão primária do trabalho.

· Uso de máquinas simples.

· Quantidades maiores, mas trabalho ainda depende das mãos do artesão.

c) Fase moderna – a partir da Revolução Industrial na Inglaterra (séc. XVIII), em outros países europeus e nos EUA.

· Grande divisão do trabalho.

· Especialização do trabalhador.

· Máquinas modernas com uso de fontes de energia.

· Produção em grandes quantidades e produtos estandardizados (padronizados, feitos em série e dos mesmos modelos).

· indústria moderna: resultado da Revolução Industrial e da expansão do capitalismo.

A organização fabril esteve vinculada, ao longo do seu processo histórico, à teoria elaborada com o intuito de maximizar a produção, fato que ocorreu na época da Revolução Industrial, que foi um dos momentos mais importantes da modernidade marcada por um conjunto de mudanças econômicas, sociais, políticas e geográficas que se deram a partir dos séculos XVIII e XIX e influíram na urbanização, embora alguns autores afirmem que foi a urbanização, em muitos casos, que possibilitou a industrialização (citado em Temas da Geografia do Brasil – Espaço e Modernidade – Jaime Oliva e Roberto Giansanti – Ed. Atual). A cidade pode ou não ser industrializada e, se assim for, tem suas implicações ambientais.
O modo de produção capitalista evolui de uma fase comercial, interação econômica decorrente da expansão marítima que ocorreu entre os séculos XV e XVII promovida pelas potências européias, a uma fase industrial, abrangendo toda a segunda metade do século XVIII e primeira metade do século XIX.

3. As três revoluções industriais
Foram um processo de mudança de uma economia agrária e baseada no trabalho manual para uma dominada pela indústria mecanizada. Tiveram início na Inglaterra por volta de 1760 e alastraram-se para o resto do mundo. Caracterizaram-se pelo uso de novas fontes de energia, pela invenção de máquinas que aumentaram a produção, pela divisão e especialização do trabalho, pelo desenvolvimento do transporte e da comunicação e pela aplicação da ciência na indústria. Provocaram profundas transformações na sociedade: o declínio da terra como fonte de riqueza, o direcionamento da produção em larga escala para o mercado internacional, a afirmação do poder econômico da burguesia, o surgimento do operariado e a consolidação do capitalismo como sistema dominante na sociedade.
PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – o pioneirismo inglês, no século XVIII, deveu-se ao acúmulo de capital – em razão da rápida expansão do comércio ultramarino e continental –, às reservas de carvão e ferro, à grande quantidade de mão-de-obra, ao avanço tecnológico e à existência de mercados consumidores. Em sua origem, está a Revolução Gloriosa (1688), que assinalou o final do absolutismo inglês e colocou a burguesia no controle do Estado. A disponibilidade de capital e o sistema financeiro eficiente facilitaram os investimentos dos empresários, que construíram ferrovias, estradas, portos e sistemas de comunicação, favorecendo o comércio. Os campos foram apropriados pela burguesia, no processo chamado de cercamento, originando extensas propriedades rurais. Com isso, os camponeses foram expulsos das terras, migraram para as cidades e tornaram-se mão-de-obra à disposição. Por outro lado, aumentou a produção de alimentos, contribuindo para o crescimento populacional.
Avanços técnicos – o desenvolvimento de máquinas – como a máquina a vapor e o tear mecânico – permitiu o crescimento da produtividade e a racionalização do trabalho. Com a aplicação da força a vapor às máquinas fabris, a mecanização difundiu-se na indústria têxtil. Para melhorar a resistência delas, o metal substituiu a madeira, estimulando a siderurgia e o surgimento da indústria pesada de máquinas. A invenção da locomotiva e do navio a vapor acelerou a circulação das mercadorias.
Oferta de mão-de-obra – o novo sistema industrial instituiu duas novas classes opostas: os empresários, donos do capital, dos meios e bens de produção; os operários, que vendem sua força de trabalho em troca de salário. A Revolução Industrial concentrou os empregados em fábricas e mudou radicalmente o caráter do trabalho. Para aumentar o desempenho dos operários, a produção foi dividida em várias etapas. O trabalhador executava uma única, sempre do mesmo modo. Com a mecanização, o trabalho desqualificou-se, o que reduziu os salários. No início, os empresários impunham duras condições aos operários para ampliar a produção e garantir margem de lucro crescente. Estes, então, organizaram-se em associações para reivindicar melhores condições de trabalho, dando origem aos sindicatos.
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – inicia-se em 1870, com a industrialização da França, da Alemanha, da Itália, dos EUA e do Japão, entre outros. Novas fontes de energia (eletricidade e petróleo) e produtos químicos, como o plástico, foram desenvolvidos, e o ferro foi substituído pelo aço. Surgiram máquinas e ferramentas mais modernas.
Taylorismo – nos EUA, o engenheiro norte-americano Frederick Taylor revolucionou a metodologia da administração, criando a administração científica com base no planejamento e organização racional do trabalho. Segundo Taylor, a análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos objetivava a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse de maneira mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio, a fim de que as atividades fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma eficaz.
Fordismo – em 1909, Henry Ford criou a linha de montagem e a produção em série. Na segunda metade do século XX, quase todas as indústrias já estavam mecanizadas e a automação alcançava todos os setores das fábricas. As inovações técnicas aumentaram a capacidade produtiva das indústrias e o acúmulo de capital. As potências industriais passaram a buscar outros mercados consumidores.
TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (pósfordismo) – no período pós-2ª Guerra Mundial, a partir da década de 50, surgiram complexos industriais e empresas multinacionais. As indústrias química e eletrônica cresceram. Os avanços da automação, da informática e da engenharia genética foram incorporados ao processo produtivo, que dependia cada vez mais de alta tecnologia e de mão-de-obra especializada. A informatização substituiu, em alguns casos, a mão-de-obra humana, contribuindo para a eliminação de inúmeros postos de trabalho. Ampliou-se a terceirização. Em termos mundiais, definiuse uma nova divisão internacional do trabalho (DIT) e com ela desenvolveu-se o processo de globalização com uma relação de interdependência entre as grandes potências e as áreas que lhes forneceriam matérias-primas e mão-de-obra. A acumulação do capital nos períodos anteriores (mercantilismo e capitalismo industrial) determinou a formação de conglomerados em países industrializados, o que partiu de interesses de investimentos internacionalizados, caracterizando assim a globalização, na qual as empresas sãomultinacionais ou transnacionais.
O capitalismo financeiro ou monopolista solidificou-se após a Primeira Guerra Mundial, embora viesse se desenvolvendo desde o século XIX.Para que o produto final fosse viabilizado, as empresas passaram a atuar em diferentes setores de atividades, constituindo os: trustes –empresas que detêm grande parte da produção e do mercado de determinado produto; os cartéis
– grupos de empresas unidas por acordos que detêm em conjunto grande parte da produção e do mercado de determinado produto.
Fonte: Portal Objetivo/ Adaptado por Profª Chris

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A Nova Ordem Mundial

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