Para pensar...

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

domingo, 31 de julho de 2011

Tipos de Conflitos


Os conflitos são classificados em quatro categorias, de acordo com as forças em luta. A primeira envolve dois ou mais Estados. As demais são disputas internas: guerra civil ou guerrilha para mudança de regime; separatista resultante de ocupação estrangeira; e separatista no interior de um Estado. Os conflitos podem também ter forte conotação étnica ou religiosa. A guerra civil no Afeganistão, por exemplo, opõe fundamentalistas muçulmanos da milícia Taliban (patane) a grupos islâmicos de outras etnias (tadjique, uzbeque e hazará). A origem religiosa distinta é fonte de tensão no Sri Lanka, onde tâmeis (hinduístas) e cingaleses (budistas) estão em luta desde os anos 80.

Ao todo, 36 confrontos armados estavam acontecem no mundo em 2000, segundo o anuário The Military Balance, publicado pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, em inglês), com sede em Londres, no Reino Unido. Deste total, 27 são conflitos internos e nove, guerras internacionais. O número de mortos ultrapassa 100 mil, sendo que 60% das fatalidades ocorrem em solo africano. O fato de maior destaque no cenário internacional é a ruptura do processo de paz entre palestinos e israelenses no Oriente Médio, com a eclosão dos mais violentos choques na região desde a Intifada. O ano registra, por outro lado, um importante passo em direção à paz, dado pelos dirigentes da Coréia do Norte e do Sul na histórica reunião de cúpula ocorrida em junho.

Guerra entre Estados - Embate entre exércitos nacionais regulares. Até o final de 2000, o mais sério deles é a disputa entre Índia e Paquistão, duas potências nucleares, pela posse da região da Caxemira. Vários países do centro e do sul da África também intervêm na guerra civil em curso na República Democrática do Congo (RDC).

Guerra civil ou guerrilha - Conflito em que grupos armados ambicionam derrubar o governo de um determinado país. Um dos mais expressivos são as Forças Armadas Revolucionárias daColômbia (Farc), que controlam uma área desmilitarizada de 42 mil km2 na nação. Em Angola e Serra Leoa, os guerrilheiros da União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita) e da Frente Revolucionária Unida (FRU) intensificam, respectivamente, a luta contra o governo desses países.

Com o término da Guerra Fria e a conseqüente perda de suporte dos EUA e da URSS, as guerrilhas buscam novas formas de financiar a luta armada. As Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN) mantêm aceso o conflito na Colômbia graças aos recursos obtidos com o tráfico de cocaína e os seqüestros de civis; no Afeganistão, o governo da milícia fundamentalista Taliban é acusado de sustentar-se com um imposto de guerra cobrado dos plantadores e comerciantes de ópio e heroína; enquanto na África a principal fonte de receita para os grupos guerrilheiros é a venda de diamantes extraídos de minas sob seu controle. Com o objetivo de impedir o comércio de diamantes ilegais vindos das zonas de guerra - eles respondem por 10% a 15% da produção mundial -, as maiores empresas do setor anunciam, em meados de 2000, em Antuérpia (Bélgica), a adoção de medidas de controle sobre a origem das pedras.

Separatismo por ocupação estrangeira - Confronto provocado por uma invasão militar externa. Nessa categoria, merece destaque a reivindicação dos palestinos pelo reconhecimento de um Estado independente nos territórios ocupados por Israel em 1967 - Faixa de Gaza e Cisjordânia. O conflito separatista em Timor Leste chega ao fim em 1999, com o reconhecimento da independência desta ex-colônia portuguesa pela Indonésia.

Separatismo no interior de um Estado - Choque entre forças oficiais e movimentos internos - em geral ligados a minorias étnicas ou religiosas - que tem como objetivo a formação de Estados independentes. É o caso da guerrilha separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade), partidária da soberania do País Basco, região encravada entre a Espanha e a França.

Fonte: http://www.coladaweb.com/historia/conflitos-mundiais-recentes/ Profª Chris- Geo

Entenda o impasse em torno da dívida americana

DA BBC BRASIL

Há meses a Casa Branca e o Congresso estão envolvidos em negociações para chegar a um acordo que permita elevar o teto da dívida pública dos EUA e, assim, evitar o risco de calote.

Nas últimas semanas, o presidente Barack Obama e líderes dos dois partidos - Democrata e Republicano - vêm se reunindo quase diariamente, mas ainda não conseguiram solucionar o impasse.

O governo diz que, caso não haja acordo até a próxima quarta-feira, os Estados Unidos terão de, pela primeira vez, deixar de cumprir seus compromissos financeiros. Analistas, no entanto, apostam em uma solução antes disso.

Veja detalhes sobre os principais pontos da discussão.

Qual o motivo da negociação?

O governo americano precisa que o Congresso autorize uma elevação do teto de endividamento público para poder continuar cumprindo seus compromissos financeiros.

Os Estados Unidos atingiram seu limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,3 trilhões) - no último dia 16 de maio.

Na ocasião, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, anunciou medidas temporárias, como a suspensão de investimentos em fundos de pensão públicos, para evitar que a dívida ultrapasse esse limite.

No entanto, segundo o governo, essas medidas temporárias só terão efeito até 2 de agosto. A partir dessa data, caso o teto não seja elevado, o governo não terá mais dinheiro e precisará parar de pagar algumas obrigações financeiras.

Esta é a primeira vez que Casa Branca e Congresso precisam negociar uma elevação do teto da dívida?

Não. A renegociação do teto da dívida é comum no país e é realizada periodicamente.

Ao contrário de outros países, onde o endividamento aumenta automaticamente à medida que os gastos superam a arrecadação, a legislação americana estabelece desde 1917 um limite legal de endividamento público.

Na época, o teto era de US$ 11,5 bilhões, mas englobava diferentes categorias de empréstimo com diferentes limites. O teto da dívida no formato atual foi estabelecido em 1939 e, desde então, foi elevado cerca de cem vezes.

Na última década, o Congresso já elevou o teto da dívida dez vezes. É comum haver impasse nessas negociações, opondo democratas e republicanos.

Qual o principal impasse na negociação atual?

A oposição republicana, que controla a Câmara dos Representantes (deputados federais), exige que um acordo para elevar o teto da dívida seja vinculado a cortes no orçamento americano, para reduzir o deficit recorde, calculado em cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.

Apesar de representantes de ambos os partidos concordarem com a necessidade de reduzir gastos, há muitas divergências sobre o que cortar e que programas atingir.

Os pontos mais polêmicos têm sido a resistência dos republicanos a aumentar impostos e os pedidos da oposição para adotar cortes de gastos maiores do que os defendidos pelos democratas.

No partido de Obama, existe o desejo de "blindar" os programas sociais que beneficiam os mais pobres e a população idosa, além do sistema de pensões da seguridade social.

Além disso, vários republicanos da Câmara dos Representantes, principalmente os recém-eleitos integrantes do movimento conservador Tea Party, se opõem a qualquer tipo de aumento do teto da dívida americana.

Quais foram as propostas apresentadas?

Tanto democratas quanto republicanos concordam que cortar o deficit é vital. Nas últimas semanas, diversos planos foram apresentados por ambos os lados e acabaram sendo descartados.

As propostas mais recentes incluem:

um plano de democratas do Senado que aumentaria o teto da dívida em US$ 2,4 trilhões e cortaria o deficit orçamentário em US$ 2,7 bilhões, ao mesmo tempo protegendo programas sociais para os idosos e para os pobres, populares no Partido Democrata. Em uma concessão aos republicanos, este plano não aumentaria impostos; um plano de duas etapas apresentado pela liderança republicana na Câmara dos Representantes - mas sem necessariamente o apoio do resto da bancada - que reduziria os gastos do governo em US$ 1,3 trilhão, incluindo cortes em programas sociais, mas estendendo a autoridade do governo para tomar empréstimos por apenas cerca de seis meses. Caso não haja acordo, que contas o governo deixaria de pagar?

Se o teto da dívida não for elevado e o governo ficar sem dinheiro e sem poder captar mais empréstimos, ele será obrigado a escolher que compromissos financeiros deixar de cumprir.

Analistas afirmam que o governo teria de cortar 44% dos gastos imediatamente, além de cortes subsequentes.

O calote pode afetar tanto credores externos quanto despesas domésticas, como o pagamento de benefícios sociais, salários de militares e veteranos e servidores públicos e empréstimos estudantis.

Quem são os credores do governo americano?

Dos US$ 14,3 trilhões da dívida americana, US$ 4,6 trilhões estão nas mãos do próprio governo, emprestados de fundos de Seguridade Social.

Os US$ 9,7 trilhões restantes são devidos a investidores em títulos do Tesouro, que podem ser tanto pessoas físicas quanto empresas, governos, bancos e fundos de pensão. Cerca da metade desse montante está em poder de credores estrangeiros.

Segundo dados divulgados pelo Departamento do Tesouro relativos a maio, o Brasil é o quinto maior credor estrangeiro da dívida americana, com US$ 211,4 bilhões (cerca de R$ 330 bilhões, ou quase dois terços das reservas internacionais) aplicados em títulos do governo.

O maior credor estrangeiro é a China, com US$ 1,16 trilhão, seguida por Japão, Grã-Bretanha e um grupo de países exportadores de petróleo.

Qual a real possibilidade de calote?

Apesar dos alertas feitos pelo governo americano de que terá de deixar de pagar suas contas caso o teto da dívida não seja elevado até 2 de agosto, a possibilidade de calote é considerada remota por diversos analistas.

Segundo eles, mesmo que o impasse se estenda até o início de agosto, a probabilidade é de que haja um acordo antes do prazo final ou, na pior das hipóteses, imediatamente após o prazo estourar.

Caso realmente haja calote, qual seria o impacto?

Obama vem advertindo há várias semanas para as consequências "significativas e imprevisíveis" que um calote teria para a economia americana e já disse que há o risco de o país mergulhar em nova recessão.

Em junho, em um relatório sobre os Estados Unidos, o FMI (Fundo Monetário Internacional) disse que a dívida estava em uma "trajetória insustentável" e que um fracasso nas negociações no Congresso causaria "choques severos" na recuperação ainda frágil da economia americana.

As principais agências de classificação de risco já alertaram para a possibilidade de rebaixamento da nota dada ao país. Atualmente os Estados Unidos têm rating "AAA", o mais alto, reservado a países que demonstram grande capacidade de cumprir seus compromissos financeiros.

Diante do impasse no Congresso, a Standard & Poor's e a Moody's colocaram a nota dos Estados Unidos em revisão, com risco de rebaixamento caso o teto da dívida não seja elevado.

A Fitch disse ainda apostar em acordo antes de 2 de agosto, mas ressaltou que, caso o teto da dívida não seja elevado até a data, colocará a classificação dos Estados Unidos em observação negativa.

Segundo analistas e o próprio governo americano, o impacto de um calote seria sentido além das fronteiras americanas e poderia provocar distúrbios nos mercados globais.

No entanto, muitos analistas afirmam que um eventual calote seria por um curto espaço de tempo, o que não provocaria grandes abalos na reputação dos Estados Unidos como um destino seguro para investimentos.

Qual seria o impacto no Brasil?

Como o Brasil é um grande credor da dívida americana, um eventual calote poderia ter consequências para o país.

Segundo o economista Gregory Daco, da consultoria IHS Global Insight, um dos efeitos seria que o Brasil teria de procurar outras alternativas para aplicar suas reservas internacionais.

Entre as opções estariam ativos considerados mais seguros, como ouro, ou mesmo papéis de outros países. Entretanto, o momento atual de crise de dívida e de credibilidade em várias economias europeias dificulta a busca de alternativas aos títulos americanos.

sábado, 30 de julho de 2011

Teto da dívida dos EUA, teste difícil para a economia mundial

A incapacidade de um punhado de congressistas dos Estados Unidos de entrar em acordo antes do dia 2 de agosto sobre o limite da dívida seria um teste difícil para a economia mundial.

Esta perspectiva traz o medo de um efeito dominó: até que ponto um bloqueio no Congresso em Washington poderia adiar ou estancar o crescimento do planeta? Ninguém tem a resposta.

Concretamente, o departamento do Tesouro americano opina que após o dia 2 de agosto, se os congressistas ainda não tiverem acordado elevar o limite legal da dívida, o Estado não poderá honrar com todos os seus compromissos.

Como cerca de 40% de seus gastos são financiados com endividamento, o Estado federal americano deverá escolher drasticamente quais pagamentos fará e quais deixará para mais tarde. Isto significará a paralisia de algumas administrações, uma incerteza sobre o pagamento das prestações sociais e inclusive atraso nos pagamentos aos seus fornecedores.

"A nota AAA dada à dívida de nosso país seria rebaixada", afirmou na segunda-feira (25/7) o presidente Barack Obama. "As taxas de juros subiriam" e "correríamos o risco de provocar uma profunda crise econômica, esta causada quase totalmente por Washington".

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, advertiu na terça-feira (26/7) neste sentido: "ter um default ou uma queda importante da classificação dada aos Estados Unidos seria algo muito, muito, muito grave. Não apenas para os Estados Unidos, mas também para a economia mundial em geral".

Seus economistas publicaram um dia antes suas conclusões após um complexo exercício realizado pela primeira vez: avaliar os efeitos dos acontecimentos econômicos e financeiros dos Estados Unidos no resto do mundo.

"As repercussões além de fronteiras a curto prazo a partir dos Estados Unidos sobre o exterior são únicas por sua importância e mostram o papel central dos mercados americanos na fixação mundial dos preços dos ativos", ressaltaram.

Segundo os economistas, nos bons momentos, quando os Estados Unidos crescem 1% "a maior parte dos países do G20" ganha cerca de meio ponto. No entanto, os economistas não calcularam o que acontece quando o crescimento dos Estados Unidos se desacelera.

Mas "uma perda de confiança" na "credibilidade orçamentária" de Washington "teria repercussões negativas maiores para o resto do mundo, visto o papel de referência mundial dos rendimentos sobre as obrigações de Estado americanas", advertiram.

O fato é o crescimento da maior economia mundial foi muito pequeno: caiu a 1,7% anual no segundo trimestre, segundo as previsões dos analistas antes da publicação, na sexta-feira, das primeiras estimativas do governo americano.

Contudo, de acordo com o presidente da agência classificadora de risco Standard and Poor's, Deven Sharma, seus analistas continuam excluindo a possibilidade de que os Estados Unidos entre em cessação de pagamentos.

"Baixar a nota de um país não significa que ele vá entrar em default, mas sim que aumentaram os riscos", disse Sharma aos membros da Comissão de Serviços Financeiros da Câmara de Representantes, que o interrogaram nesta quarta-feira a respeito.

"Tudo o que significa o triplo A é que aqueles que possuem esta classificação apresentam uma probabilidade muito baixa de default", afirmou.

A Standard and Poor's anunciou em abril que previa baixar a nota da dívida de longo prazo dos Estados Unidos (que era de AAA), devido às perspectivas orçamentárias do país.

"Alguns dos planos anunciados para resolver o problema da dívida podem atingir esse objetivo. Queremos ver qual é a proposta final antes de nos pronunciarmos", disse Sharma.

Mesmo que "os Estados Unidos possam pagar suas contas" nos prazos normais e ainda que a crise seja resolvida rapidamente, "não é um bom momento para que isto (a falta de acordo no teto da dívida) chegue", explica Nariman Behravesh, economista chefe da consultora IHS Global Insight.

"As consequências em outras regiões do mundo seriam enormes, em particular naquelas que têm um crescimento lento, como Europa. Porque o comércio com os Estados Unidos seria afetado", disse à AFP.

Por sua vez, o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na terça-feira que "será uma enorme insensatez que não se consiga superar esta situação (...). Acredito em uma solução, mas confesso minha preocupação com o rumo que as coisas tomaram. Espero que haja sensatez nesta semana e que as coisas se resolvam".

Fonte: Brasil Econômico - 27 de Julho de 2011


Brasil Vegetação

Esse mapa pode ser usado com as séries iniciais do Ensino Fundamental Ciclo II.

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As migrações Internas no Brasil

As migrações internas também sempre foram muito intensas, como por exemplo a de habitantes do Nordeste que migraram em massa para o Centro-Sul do Brasil com o declínio da cana de açúcar e o desenvolvimento da mineração, ou a de nordestinos que migraram para a Amazônia no chamado “boom da borracha" no final do século XlX.
Com a industrialização nas décadas de 60 e 70, passamos a viver de forma mais intensa migrações internas no território nacional, como a de nordestinos em direção das grandes metrópoles brasileiras, Rio e São Paulo, e o intenso êxodo rural, que fez o Brasil se tornar um país predominantemente urbano em um espaço de menos de 30 anos. Na década de 70 os fluxos migratórios se direcionaram para a Amazônia, fruto da política de ocupação do território nacional imposta pelos militares, chamada "integrar para não entregar".
Atualmente, as antigas metrópoles industriais não são mais os locais preferidos por migrantes, por conta do processo de desconcentração industrial, novas áreas do país passam a ser pólo de atração desses cidadãos, como o interior de S. Paulo, do Paraná, etc. As migrações continuam a ser muito comuns no Brasil, tanto do campo para a cidade, assim como as urbano-urbano. São comuns também nas grandes metrópoles brasileiras, as migrações pendulares, assim como a migração sazonal em regiões como o Nordeste.
Êxodo Rural: Podemos definir êxodo rural como sendo o deslocamento de pessoas da zona rural (campo) para a zona urbana (cidades). Ele ocorre quando os habitantes do campo visam obter condições de vida melhor.
Os principais motivos que fazem com que grandes quantidades de habitantes saiam da zona rural para as grandes cidades são: busca de empregos com boa remuneração, mecanização da produção rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc), qualidade de ensino e necessidade de infra-estrutura e serviços (hospitais, transportes, educação, etc).
O êxodo rural provoca, na maioria das vezes, problemas sociais. Cidades que recebem grande quantidade de migrantes, muitas vezes, não estão preparadas para tal fenômeno. Os empregos não são suficientes e muitos migrantes partem para o mercado de trabalho informal e passam a residir em habitações sem boas condições (favelas, cortiços, etc).
Além do desemprego, o êxodo rural descontrolado causa outros problemas nas grandes cidades. Ele aumenta em grandes proporções a população nos bairros de periferia das grandes cidades. Como são bairros carentes em hospitais e escolas, a população destes locais acabam sofrendo com o atendimento destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados são as conseqüências deste fato.
Êxodo Urbano: tipo de migração que se dá com a transferência de populações urbanas para o espaço rural. Hoje em dia é um tipo de migração muito incomum.
Migração urbano-urbano: tipo de migração, que se dá com a transferência de populações de uma cidade para outra. Tipo de migração muito comum nos dias atuais.
Migração sazonal: tipo de migração que se caracteriza por estar ligada as estações do ano. É uma migração temporária onde o migrante sai de um determinado local em um determinado período do ano, e posteriormente volta, em outro período do ano, é a chamada transumância. É o que acontece por exemplo com os sertanejos do Nordeste brasileiro.
Migração diária ou pendular: tipo de migração característico de grandes cidades, no qual milhões de trabalhadores saem todas as manhãs de sua casa em direção do seu trabalho, e retornam no final do dia. Os momentos de maior aglomeração de pessoas são chamados de rush. Isso se dá em virtude da periferização dos trabalhadores que muitas vezes moram a vários quilômetros de distância de seu trabalho, em alguns casos até mesmo em outras cidades que passam a ser chamadas de cidades dormitório.

A imigração no Brasil

A imigração no Brasil pode ser dividido em três períodos principais
1) O primeiro período (de 1808 a 1850) foi marcado pela chegada da família real, em 1808, o que ocasionou a vinda dos primeiros casais de imigrantes açorianos para serem proprietários de terras no país. Devido ao receio do europeu de fixar-se num país de economia colonial e escravocrata, nesse período houve uma imigração muito pequena.
2) O segundo período (de 1850 a 1930) foi marcado pela proibição do tráfico de escravos. Foi a época mais importante para a nossa imigração, devido ao grande crescimento da atividade monocultora (café) e aos incentivos governamentais dados ao imigrante. Em 1888, com a abolição da escravidão, estimulou-se ainda mais o fluxo imigratório, tendo o Brasil recebido, nessa época, praticamente 80% dos imigrantes entrados no país.
3) O terceiro período (de 1930 até os dias de hoje) é caracterizado por uma sensível redução na imigração, devido, inicialmente, à crise econômica de 1929, ocasionada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, com o conseqüente abalo da cafeicultura brasileira. Além disso, contribuiu também a crise política interna no país, decorrente da Revolução de 1930, e a criação de uma lei sobre imigração, através da Constituição de 1934. Essa lei restringia a entrada de imigrantes, estipulando que, anualmente não poderia entrar no país mais que 2% do total de imigrantes de cada nacionalidade entrados nos últimos 50 anos. Determinava ainda que 80% dos imigrantes deveriam dedicar-se à agricultura.
PRINCIPAIS GRUPOS DE IMIGRANTES:
a) Os PORTUGUESES representam o maior contingente de imigrantes entrados no Brasil. Calcula-se que devam viver atualmente, no país, 213.203 portugueses, concentrados nos grandes centros urbanos, com destaque especial para o Rio de Janeiro e São Paulo.
b) Os primeiros ITALIANOS chegaram ao Brasil em 1875, estabelecendo-se no Rio Grande do Sul, na região serrana e também em Santa Catarina, onde o clima era mais ameno, assemelhando-se um pouco com as regiões de onde vieram. Logo após essa época, São Paulo tornou-se o maior pólo receptor de italianos, que inicialmente se encaminharam para as zonas cafeicultoras do interior. Em pouco tempo, entretanto, acabaram por migrar para a capital, vindo a se constituir em importante mão-de-obra para a indústria que então se iniciava. Os italianos deixaram suas marcas em cidades e bairros, influenciando hábitos alimentares e lingüísticos das regiões onde se estabeleceram.
c) As primeiras levas de imigrantes ALEMÃES chegaram em 1824 e, desde então, deram preferência à região Sul do Brasil, onde fundaram a colônia de São Leopoldo (RS). A partir de 1850, foram se instalando em Santa Catarina, sobretudo no vale do Itajaí, onde surgiram Brusque, Joinville e Blumenau, cidades de marcantes características alemãs. Atualmente, a cidade de São Paulo e, sobretudo em Santo Amaro, e os três estados sulinos abrigam quase a totalidade dos imigrantes alemães e seus descendentes brasileiros.
d) A imigração JAPONESA teve início em 1908, quando aportou no Brasil o navio Kasato Maru, com 165 famílias a bordo. Estabeleceram-se inicialmente em São Paulo e depois no Pará, onde se desenvolve importante núcleo produtor de pimenta-do-reino. Na cidade de São Paulo, foram se concentrando no bairro da Liberdade, que adquiriu características de sua cultura, perceptíveis principalmente nas ruas e cartazes.

Tipos de Migrações

Antes de mais á que saber que:
  • Imigração é a entrada de população estrageira num país;
  • Emigração é a saída de população de seu país de origem para outro país.

Agora sim os tipos de migração quanto ao espaço:

  • Externas: de país para país;
  • Internas: dentro do país.

Tipos de migrações quanto á duração:

  • Definitivas: quando os indivíduos decidem ficar definitivamente no local para onde migraram;
  • Temporárias: quando a migração é só durante um determinado período de tempo;
  • Sazonais: quando é durante um determinado período do ano (apanha de frutos, estâncias de Inverno);
  • Semanais: quando ocorrem no início e no fim duma semana (estudantes universitários, militares, ...) ;
  • diárias: quando são por exemplo entre a residência e o local de trabalho.

Tipos de migração quanto á forma:

  • Voluntárias: quando a decisão de migrar é do indivíduo;
  • Forçadas: quando o indivíduo é obrigado a migrar por várias razões mesmo que não o queira fazer;
  • Legais quando o país de acolhimento dá autorização á migração;
  • Ilegais quando a migração é feita sem a autorização do país de acolhimento.

As migrações podem também ser:

  • Intracontinentais quando as migrações são dentro do mesmo continente;
  • Intercontinentais quando as migrações são de um continente para outro.

domingo, 24 de julho de 2011

Divisão Internacional do Trabalho





Indústria Contemporânea

A fase mais recente da indústria internacional está relacionada à evolução técnico-científica informacional, à maior qualificação da mão-de-obra e à desconcentração tanto em países ricos quanto nas economias emergentes.
A atividade industrial expandiu-se pelo mundo. Concentra-se hoje em alguns países superindustrializados, como os EUA, Japão e os fundadores da UE. No entanto, há uma desconcentração industrial direcionada para países emergentes que atraem novas indústrias mediante a oferta de mão-de-obra qualificada e mais barata do que nos velhos centros industriais, como é o caso dos Tigres Asiáticos, Novos Tigres Asiáticos, os BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China), México, Argentina e África do Sul, e países do Leste que concluíram a transição do socialismo para o capitalismo, como a República Tcheca, a Hungria e a Polônia, além de outros subdesenvolvidos mais pobres, de base econômica agrária com pouca ou nenhuma indústria. O desenvolvimento da atividade industrial e a expansão do capitalismo produzem uma interdependência entre os países, mas concentram a riqueza em certas áreas e aumentam a pobreza em outras. No mundo inteiro, o desenvolvimento industrial produz um domínio da cidade sobre o campo e uma urbanização da sociedade.
No taylorismo/fordismo, a produção em série, ao longo de uma linha de montagem, separava a organização/elaboração da execução do trabalho, suprimindo a dimensão intelectual do trabalho operário, tendo em vista que o operário era considerado apenas um apêndice do maquinário, pois executa mecanicamente tarefas repetidas, enquanto a organização/ elaboração era tarefa de gestores científicos.
Esse modelo entrou em crise no final da década de 1960, quando o movimento sindical operário se fortaleceu e passou a exigir participação do operário no processo organizacional do trabalho. A década de 1970 foi marcada pela emergência da crise do modelo de acumulação taylorista/fordista, em razão da queda da taxa de lucro causada pelo aumento do preço da força de trabalho relacionada à luta sindical da década anterior. O desemprego tornou-se estrutural e, conseqüentemente, houve retração do consumo, levando o Estado do bem-estar social a uma profunda crise, assim como a crise fiscal do Estado capitalista resultou na “necessidade” de desestatização de setores produtivos estratégicos por meio de privatizações.
O toyotismo, também conhecido como ohnoísmo, modelo de produção flexível, foi concebido originalmente pelo fordismo, mas colocado em prática inicialmente pelo engenheiro Taiichi Ohno, da indústria automobilística japonesa Toyota, na década de 1950, porém emergindo com maior intensidade durante as décadas de 1970 e 1980, como uma possível “solução” para debelar a crise do capitalismo vigente naquele momento histórico. Ohno aproveitou as experiências bem-sucedidas do modelo taylorista/fordista e procurou limitar os seus defeitos que resultaram na crise estrutural.
Diferenças entre o toyotismo e o fordismo – 1) Enquanto o processo fordista é o da produção em massa de produtos homogeneizados, no toyotismo a produção é efetivada em pequenos lotes, mas com grande variedade de produtos adaptados à variedade de gostos do mercado. É uma medida de redução de custos, em parte viabilizada pela informatização e melhoria das comunicações e transportes, possibilitando que os fornecedores terceirizados entreguem as peças necessárias para a produção no momento exato em que o mercado solicita. Trata-se do novo modelo de entrega just in time, atrelado à estratégia de manutenção de estoques mínimos. 2) O controle de qualidade do fordismo ocorre após a produção, enquanto no toyotismo esse controle é feito imediatamente, evitando a detecção tardia de produtos defeituosos. Trata-se da política de controle de qualidade total (CQT). 3)
A organização produtiva no fordismo é verticalizada, com o domínio total do processo produtivo, desde a produção da matéria-prima até o transporte da mercadoria; no toyotismo, a organização da produção é horizontalizada, com a subcontratação e terceirização da produção.

Truste: associação financeira constituída de uma única empresa, resultante da fusão de várias, com o objetivo de controlar determinados setores do mercado. Exemplo: General Electric.

Holding: organização econômica que tem sob seu controle as atividades de várias empresas mediante aquisição total ou parcial de suas ações. Exemplos: Autolatina (desfeita a união) e Petrobras.
Cartel: acordo comercial entre empresas, as quais, embora conservem a autonomia interna, organizam-se em forma de sindicato para distribuir entre si as cotas de produção e os mercados e determinar os preços, suprimindo a livre concorrência. Exemplos: OPEP e as indústrias automobilísticas e de cimento no Brasil.
Joint venture: associação econômica entre duas empresas, que geralmente são de nacionalidades diferentes, porém de um mesmo setor, com o objetivo principal de expansão do mercado. Exemplo: as indústrias farmacêuticas e automobilísticas do Brasil.
Monopólio: controle da quase totalidade do mercado de um determinado produto por uma grande empresa. Exemplo: Petrobras.
Oligopsônio: estrutura de mercado em que há apenas um reduzido número de compradores, que geralmente correspondem a grandes grupos financeiros. Exemplo: a indústria de autopeças abastecendo a indústria automobilística no Brasil.
Conglomerados: associação de empresas que dividem entre si etapas complementares da produção ou de serviços. Exemplo: General Motors.

Processo de Industrialização

1. Os diferentes tipos de indústrias

Podemos identificar atualmente dois principais tipos:
a) indústrias tradicionais, que utilizam muita mão-de-obra e menos máquinas;
b) indústrias de transformação, que constituem o tipo mais comum, característico de atividades industriais, e que podem ser divididas de acordo com a natureza dos bens produzidos:

· bens de produção ou bens de capital – petroquímica, siderúrgica, máquinas e equipamentos;

· bens intermediários – peças, ferramentas;

· bens duráveis – automóveis, eletrodomésticos, informática;

· bens não-duráveis – bebidas, cigarros, alimentos.

A robotização, a automação da produção e a terceirização produtiva (parceria com empresas fabricantes de peças de acordo com o padrão das montadoras que recebem royalties) caracterizam uma maior divisão internacional do trabalho.

Nesses termos, o fundamental para o avanço do processo industrial não é mais a disponibilidade de matérias-primas ou mão-de-obra barata. Tal fato representa centros universitários e de pesquisas – os tecnopólos –, que se distribuem por várias áreas do mundo, incluindo algumas no Brasil: São Carlos (UFSCAR), Campinas (UNICAMP), São José dos Campos (ITA), São Paulo (USP e outros importantes institutos universitários).

2. Evolução histórica
A atividade industrial pode ser analisada por meio das fases que antecederam a caracterização moderna, nas quais a elaboração de matérias-primas e sua posterior transformação em bens (produtos finais) era realizada de forma simples e a mão-de-obra artesã era fundamental.

Assim temos as seguintes fases:
a) Fase artesanal
– até o séc. XV.

· Nenhuma divisão do trabalho.

· Uso de ferramentas.

· Menor produção.

· Produtos personificados.

· Força de trabalho: mãos do artesão.

b) Fase manufatureira – séc. XVI ao XVIII.

· Divisão primária do trabalho.

· Uso de máquinas simples.

· Quantidades maiores, mas trabalho ainda depende das mãos do artesão.

c) Fase moderna – a partir da Revolução Industrial na Inglaterra (séc. XVIII), em outros países europeus e nos EUA.

· Grande divisão do trabalho.

· Especialização do trabalhador.

· Máquinas modernas com uso de fontes de energia.

· Produção em grandes quantidades e produtos estandardizados (padronizados, feitos em série e dos mesmos modelos).

· indústria moderna: resultado da Revolução Industrial e da expansão do capitalismo.

A organização fabril esteve vinculada, ao longo do seu processo histórico, à teoria elaborada com o intuito de maximizar a produção, fato que ocorreu na época da Revolução Industrial, que foi um dos momentos mais importantes da modernidade marcada por um conjunto de mudanças econômicas, sociais, políticas e geográficas que se deram a partir dos séculos XVIII e XIX e influíram na urbanização, embora alguns autores afirmem que foi a urbanização, em muitos casos, que possibilitou a industrialização (citado em Temas da Geografia do Brasil – Espaço e Modernidade – Jaime Oliva e Roberto Giansanti – Ed. Atual). A cidade pode ou não ser industrializada e, se assim for, tem suas implicações ambientais.
O modo de produção capitalista evolui de uma fase comercial, interação econômica decorrente da expansão marítima que ocorreu entre os séculos XV e XVII promovida pelas potências européias, a uma fase industrial, abrangendo toda a segunda metade do século XVIII e primeira metade do século XIX.

3. As três revoluções industriais
Foram um processo de mudança de uma economia agrária e baseada no trabalho manual para uma dominada pela indústria mecanizada. Tiveram início na Inglaterra por volta de 1760 e alastraram-se para o resto do mundo. Caracterizaram-se pelo uso de novas fontes de energia, pela invenção de máquinas que aumentaram a produção, pela divisão e especialização do trabalho, pelo desenvolvimento do transporte e da comunicação e pela aplicação da ciência na indústria. Provocaram profundas transformações na sociedade: o declínio da terra como fonte de riqueza, o direcionamento da produção em larga escala para o mercado internacional, a afirmação do poder econômico da burguesia, o surgimento do operariado e a consolidação do capitalismo como sistema dominante na sociedade.
PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – o pioneirismo inglês, no século XVIII, deveu-se ao acúmulo de capital – em razão da rápida expansão do comércio ultramarino e continental –, às reservas de carvão e ferro, à grande quantidade de mão-de-obra, ao avanço tecnológico e à existência de mercados consumidores. Em sua origem, está a Revolução Gloriosa (1688), que assinalou o final do absolutismo inglês e colocou a burguesia no controle do Estado. A disponibilidade de capital e o sistema financeiro eficiente facilitaram os investimentos dos empresários, que construíram ferrovias, estradas, portos e sistemas de comunicação, favorecendo o comércio. Os campos foram apropriados pela burguesia, no processo chamado de cercamento, originando extensas propriedades rurais. Com isso, os camponeses foram expulsos das terras, migraram para as cidades e tornaram-se mão-de-obra à disposição. Por outro lado, aumentou a produção de alimentos, contribuindo para o crescimento populacional.
Avanços técnicos – o desenvolvimento de máquinas – como a máquina a vapor e o tear mecânico – permitiu o crescimento da produtividade e a racionalização do trabalho. Com a aplicação da força a vapor às máquinas fabris, a mecanização difundiu-se na indústria têxtil. Para melhorar a resistência delas, o metal substituiu a madeira, estimulando a siderurgia e o surgimento da indústria pesada de máquinas. A invenção da locomotiva e do navio a vapor acelerou a circulação das mercadorias.
Oferta de mão-de-obra – o novo sistema industrial instituiu duas novas classes opostas: os empresários, donos do capital, dos meios e bens de produção; os operários, que vendem sua força de trabalho em troca de salário. A Revolução Industrial concentrou os empregados em fábricas e mudou radicalmente o caráter do trabalho. Para aumentar o desempenho dos operários, a produção foi dividida em várias etapas. O trabalhador executava uma única, sempre do mesmo modo. Com a mecanização, o trabalho desqualificou-se, o que reduziu os salários. No início, os empresários impunham duras condições aos operários para ampliar a produção e garantir margem de lucro crescente. Estes, então, organizaram-se em associações para reivindicar melhores condições de trabalho, dando origem aos sindicatos.
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – inicia-se em 1870, com a industrialização da França, da Alemanha, da Itália, dos EUA e do Japão, entre outros. Novas fontes de energia (eletricidade e petróleo) e produtos químicos, como o plástico, foram desenvolvidos, e o ferro foi substituído pelo aço. Surgiram máquinas e ferramentas mais modernas.
Taylorismo – nos EUA, o engenheiro norte-americano Frederick Taylor revolucionou a metodologia da administração, criando a administração científica com base no planejamento e organização racional do trabalho. Segundo Taylor, a análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos objetivava a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse de maneira mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio, a fim de que as atividades fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma eficaz.
Fordismo – em 1909, Henry Ford criou a linha de montagem e a produção em série. Na segunda metade do século XX, quase todas as indústrias já estavam mecanizadas e a automação alcançava todos os setores das fábricas. As inovações técnicas aumentaram a capacidade produtiva das indústrias e o acúmulo de capital. As potências industriais passaram a buscar outros mercados consumidores.
TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (pósfordismo) – no período pós-2ª Guerra Mundial, a partir da década de 50, surgiram complexos industriais e empresas multinacionais. As indústrias química e eletrônica cresceram. Os avanços da automação, da informática e da engenharia genética foram incorporados ao processo produtivo, que dependia cada vez mais de alta tecnologia e de mão-de-obra especializada. A informatização substituiu, em alguns casos, a mão-de-obra humana, contribuindo para a eliminação de inúmeros postos de trabalho. Ampliou-se a terceirização. Em termos mundiais, definiuse uma nova divisão internacional do trabalho (DIT) e com ela desenvolveu-se o processo de globalização com uma relação de interdependência entre as grandes potências e as áreas que lhes forneceriam matérias-primas e mão-de-obra. A acumulação do capital nos períodos anteriores (mercantilismo e capitalismo industrial) determinou a formação de conglomerados em países industrializados, o que partiu de interesses de investimentos internacionalizados, caracterizando assim a globalização, na qual as empresas sãomultinacionais ou transnacionais.
O capitalismo financeiro ou monopolista solidificou-se após a Primeira Guerra Mundial, embora viesse se desenvolvendo desde o século XIX.Para que o produto final fosse viabilizado, as empresas passaram a atuar em diferentes setores de atividades, constituindo os: trustes –empresas que detêm grande parte da produção e do mercado de determinado produto; os cartéis
– grupos de empresas unidas por acordos que detêm em conjunto grande parte da produção e do mercado de determinado produto.
Fonte: Portal Objetivo/ Adaptado por Profª Chris

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O fim da era dos ônibus espaciais

Quando o astronauta Neil Armstrong deu os primeiros passos na Lua em 1969, os americanos consolidaram sua liderança na corrida espacial. Foi o auge da era da exploração do espaço. Na época, a colonização de outros planetas e o descobrimento de galáxias distantes por naves tripuladas, até então proezas restritas à ficção científica, pareciam o caminho natural dos avanços tecnológicos da humanidade.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Nesta primeira década do século 21, entretanto, a realidade é outra. O alto custo das missões, a crise financeira mundial, o fim da Guerra Fria (e, consequentemente, da corrida espacial) e a questão da segurança nos voos impuseram restrições ao programa espacial dos Estados Unidos. O homem nunca mais retornou à Lua e a missão tripulada ao planeta Marte, por enquanto, só foi vista em filmes.

Na semana passada, mais um capítulo da história da exploração espacial foi concluído. O lançamento do ônibus espacial Atlantis, em 8 de julho, foi o último do programa de ônibus espaciais da NASA, a agência espacial americana. A nave levou quatro astronautas para uma missão de 12 dias na ISS (Estação Espacial Internacional, na sigla em inglês).

Os ônibus espaciais substituíram o projeto Apollo, que levou o homem à Lua, em abril de 1981. As naves conhecidas como "shuttles" foram concebidas pela NASA como as primeiras reutilizáveis, feitas para tornar a viagem na órbita terrestre mais barata e segura.

O primeiro ônibus espacial, o Columbia, foi lançado em 12 de abril de 1981 com apenas dois astronautas a bordo. Em três décadas, foram realizadas 135 missões em cinco naves: Columbia (28 missões), Challenger (10), Discovery (39), Atlantis (33) e Endeavour (25). Ao todo, 385 pessoas de 16 países participaram das missões.

Os ônibus espaciais promoveram uma revolução em diversas áreas da ciência e tecnologia, como telecomunicações, agricultura, previsão de tempo, medicina e guerra.

Uma das missões mais importantes foi a colocação em órbita do Telescópio Espacial Hubble, em abril de 1990, pela Discovery. O Hubble permitiu ao homem enxergar galáxias mais distantes, ampliando sua visão do universo. A mesma nave iniciou a construção da Estação Espacial Internacional (em órbita a 350 quilômetros da terra), em 1998, levando as primeiras peças para o espaço. A estação deve ser concluída no próximo ano.

Tragédias

Mas, segundo os críticos, o programa falhou em seu principal objetivo, que era tornar os voos espaciais economicamente viáveis e seguros. Foi o que motivou o cancelamento.

O programa custou US$ 196 bilhões, ou quase US$ 1,5 bilhão por missão. O valor é pelo menos dez vezes superior às despesas com os lançamentos das espaçonaves russas Soyuz. O investimento corresponde quase ao PIB (Produto Interno Bruto) do Chile, mas é menos da metade dos gastos militares com aGuerra do Afeganistão (US$ 433 bilhões).

A trajetória do programa também foi marcada pelas tragédias. A primeira foi o desastre com a Challenger (o segundo ônibus espacial construído), ocorrido em 28 de janeiro de 1986. A nave explodiu 73 segundos após decolar. O acidente matou todos os sete tripulantes, entre eles a professora Christa McAuliffe, a primeira civil a integrar uma missão espacial. Os voos foram suspensos por mais de dois anos para revisão da segurança.

O segundo acidente, em 1o de fevereiro de 2003, aconteceu com a Columbia, primeira espaçonave do programa a entrar em órbita. O ônibus espacial se desintegrou ao reentrar na atmosfera da Terra sobre o Estado do Texas. Todos os sete tripulantes morreram. A morte de 14 astronautas nas missões pôs em xeque a segurança dos voos. Na Rússia, em 48 anos de programa espacial, somente uma pessoa morreu na explosão de um foguete, em 2002.

Finalmente, em 2008, a NASA anunciou a aposentadoria do ônibus espacial. No ano passado, o presidente Barack Obama congelou parte do orçamento da agência e cancelou programas como o retorno à Lua, antes previsto para 2020.

Sem as espaçonaves, os astronautas americanos ficarão sem meios próprios para ir ao espaço. A NASA terá que desembolsar US$ 50 milhões para pegar "carona" com os russos nas naves Soyuz até a Estação Espacial Internacional.

Os "shuttles" serão substituídos pelo MPCV (Veículo Multifuncional Tripulado, na sigla em inglês). As missões tripuladas devem ser retomadas somente em 2019. Está prevista também uma visita ao planeta Marte, sem data certa.

Até lá, outra saída será a construção de naves pela iniciativa privada. Empresas receberam repasses de verbas da NASA. As espaçonaves serão construídas para levar os astronautas americanos até a Estação Espacial.

As quatro naves restantes da frota original irão para museus nos Estados Unidos. A Atlantis, assim que retornar do espaço, será exibida no museu do Centro Espacial Kennedy, localizado no Estado da Flórida. A Enterprise (protótipo que não chegou a ir ao espaço), a Discovery e a Endeavour terão o mesmo destino em outros museus americanos.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/atualidades/fora-de-orbita-o-fim-da-era-dos-onibus-espaciais.jhtm

China Partido Comunista faz 90 anos, sustentado pelo capitalismo

O Partido Comunista chinês completou 90 anos de fundação no dia 1o de julho. No comando do país mais populoso do planeta, o partido sobreviveu ao colapso dos regimes comunistas do século 20 e continua mais forte do que nunca.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Vive, no entanto, um paradoxo que precisa ser solucionado: uma moderna e dinâmica economia de mercado aliada a um Estado repressor que limita as liberdades individuais e que destoa das democracias em vigor nos demais países desenvolvidos.

Para se adaptar ao mundo globalizado, o PC chinês precisou adotar o modelo econômico capitalista. As reformas começaram em 1978. Em três décadas, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu numa média anual de 10%, tirando 400 milhões de pessoas da pobreza.

O "milagre" chinês transformou um país agrário e analfabeto na atual segunda maior potência econômica do mundo, atrás somente dos Estados Unidos.

Na política, o governo mantém o controle total sobre a vida dos chineses. Não tolera oposição, reprime com violência os dissidentes e censura a imprensa e a internet. O país vivencia uma das maiores ondas de repressão dos últimos anos, tendo como alvo os ativistas pró-democracia (inspirados pelas revoltas no mundo árabe), tibetanos e outras minorias étnicas.

Hoje, o partido gasta mais com segurança interna, na censura e repressão ao povo, do que com a própria segurança externa.

O regime ditatorial é o ponto fraco no domínio do partido, que sofre críticas de países ocidentais. Apesar disso, conta com o apoio da maior parte da população, beneficiada pelos avanços na área econômica.

O PC chinês foi fundado em 1921, numa reunião clandestina em Xangai, com apenas 53 integrantes (hoje possui 80,2 milhões de filiados, segundo dados oficiais). Entre os delegados presentes no primeiro encontro estava o líder revolucionário Mao Tsé-tung, então com 27 anos. O líder é cultuado até hoje naChina.

Massacres

O PC chegou ao poder em 1o de outubro de 1949, com a Revolução Chinesa, depois de combater os nacionalistas e os invasores japoneses. Nas três décadas seguintes, sob a liderança de Mao Tsé-tung, promoveu uma desastrosa campanha para modernizar o país que matou cerca de 20 milhões de pessoas de fome.

Em 4 de junho de 1989, o Exército Chinês tomou a praça da Paz Celestial(Tiananmen), em Pequim, e sufocou o maior protesto pró-democracia já ocorrido no país. Sete mil pessoas morreram, segundo estimativas de órgãos independentes.

Nos eventos de comemoração aos 90 anos, o governo quis deixar esse passado esquecido e divulgar os progressos recentes que tornaram o país rico. A festa foi um imenso esforço de propaganda, com o lançamento de um filme oficial sobre o partido, desfiles patrióticos e inauguração de obras como a mais extensa ponte sobre o mar do mundo, com 41,58 km, na cidade litorânea de Qingdao.

Em discurso na capital, o presidente e secretário-geral do PC, Hu Jintao, disse que o partido aprendeu com os erros do passado e que vai, daqui para a frente, combater a corrupção de membros do governo. A partir do ano que vem, a cúpula do partido começa a se renovar.

Revolução Chinesa

A China foi uma das civilizações mais avançadas do mundo antigo. Na era das dinastias, porém, o sistema feudal do Império deixou o país em desvantagem em relação às nações europeias. Assim, no início do século 19, o território chinês foi ocupado por estrangeiros.

A revolta contra o domínio colonial gerou levantes populares entre os camponeses, que perfaziam 80% da população. Foi nos campos que surgiram o Kuomintang (Partido Nacionalista Chinês), que proclamou a República entre 1911 e 1912, e o partido comunista.

No início, o PC e o Kuomintang eram aliados contra as potências colonialistas. Mas com o golpe militar em 1927, promovido pelos nacionalistas, os comunistas foram para a clandestinidade e adeririam à luta armada.

Sob a liderança de Mao Tsé-tung, o PC chinês derrotou o Partido Nacionalista e proclamou em 1949 a República Popular da China, como apoio da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

A China era então um país pobre, atrasado e destruído por mais de duas décadas de guerras civis. Por isso, Mao promoveu o Grande Salto Adiante (1958-1961), uma campanha de aumento da produção agrícola e industrialização. Os resultados, entretanto, foram catastróficos: milhões de chineses morreram de fome.

Outro período traumático foi a chamada Revolução Cultural, ocorrida entre 1966 e 1977. Nesta época, o exército prendeu, exilou e matou intelectuais e pessoas consideradas inimigas do governo.

Após a morte de Mao, Deng Xiaoping assumiu a liderança e realizou reformas políticas e econômicas, entre 1978 e 1980. As reformas tiveram como maior característica a abertura do mercado. Foram elas que garantiram a permanência do comunismo na China depois da queda dos regimes no Leste Europeu e possibilitaram que o país se tornasse uma das nações mais ricas do planeta.

A Nova Ordem Mundial

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