Para pensar...

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

domingo, 27 de outubro de 2013

Seis formas de utilizar a nota do Enem

1. O Enem é requisito básico para disputar uma das vagas oferecidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que seleciona estudantes para universidades federais, estaduais e institutos de tecnologia. De acordo com levantamento do site de VEJA, pelo menos 92 instituições utilizam o sistema para o preenchimento parcial ou total de suas vagas. Mas atenção: para brigar por uma vaga, é preciso redobrar os cuidados com a redação. Uma nota zero nessa prova impede o candidato de concorrer a vagas do programa federal.
2. Há universidades públicas que não aderem ao Sisu, mas utilizam a nota do Enem em seus processos seletivos. Algumas instituições utilizam o Enem em substituição à primeira fase do vestibular; outras, como complemento à nota.
3. Todos os alunos interessados em concorrer a uma vaga no Programa Universidade Para Todos (Prouni), que oferece bolsas de estudo em universidades privadas a estudantes de baixa renda, são obrigados a realizar o Enem. Mas não basta fazer a prova, é preciso obter no mínimo 400 pontos na média das cinco notas (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens, matemática e redação). Quem quer brigar pela vaga deve evitar ainda a nota zero em redação. 
4. Desde 2011, o Enem é obrigatório para quem deseja solicitar o Fundo de Financiamento do Estudante do Ensino Superior (Fies). A regra vale para quem concluiu o ensino médio a partir de 2010. Diferentemente do Prouni, o Fies não impõe restrições relativos à média dos candidatos para concecer o financiamento. 
5. A importância do Enem não se encerra com o ingresso no ensino superior. Para os universitários interessados em estudar no exterior, o exame é etapa obrigatória na disputa por bolsas do programa Ciência sem Fronteira - que, até 2015, pretende enviar 101.000 jovens para cursos de graduação e pós-graduação do exterior. No processo seletivo, os candidatos são avaliados ainda segundo o desempenho acadêmico e domínio de língua estrangeira. Estudantes com nota superior a 600 pontos no Enem têm preferência.

6. Pessoas com mais de 18 anos que não concluíram o ensino médio podem obter o certificado de conclusão desta etapa escolar por meio do Enem. A opção deve ser informada pelo candidato no ato da inscrição. Para a emissão do diploma, é preciso obter mais de 450 pontos em cada uma das áreas do conhecimento (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática) e 500 pontos na redação.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A nova era do petróleo

ATUALIZAÇÃO – Como antecipado, houve apenas um consórcio participante do “leilão”. Obviamente, venceram com a oferta mínima. Integram o grupo de empresas que vão explorar o campo de Libra a própria Petrobras, a norte-americana Shell, a francesa Total e as chinesas CNPC e CNOOC.
Inicia-se o primeiro leilão para exploração do petróleo formado na camada pré-sal. A área destinada situa-se no campo de Libra, a maior reserva do óleo em águas profundas do mundo.
O contrato oferecido pelo Governo para as empresas interessadas inaugura uma nova forma de exploração do mineral, a chamada “gestão compartilhada”: segundo esse modelo, a Petrobras será operadora exclusiva do campo, terá participação obrigatória de 30% do petróleo produzido e será criada uma agência reguladora para acompanhar a execução do projeto, chamada PPSA. Além disso, será considerada vencedora do leilão a licitante que oferecer a maior parcela de lucro pela extração do óleo, descontados os tributos e os royalties, para a União. Segundo o edital, a oferta mínima é de 41,65%. Mais ainda, a vencedora deverá pagar um bônus de R$ 15 bilhões para o Governo brasileiro.
Tudo isso, segundo os liberais, deixa o negócio pouquíssimo atrativo para as empresas privadas. Além dos altos valores e participação obrigatória da estatal brasileira, há o risco do projeto naufragar: ainda não se sabe exatamente qual o custo da extração do petróleo de camadas tão profundas do oceano. Esse grupo parece ter razão ao notarmos que as gigantes mundiais do petróleo, como a britânica BP e a americana ExxonMobil, preferiram não participar da disputa. O Governo esperava cerca de 40 empresas habilitadas. Apareceram apenas 11, das quais 06 são estatais de outros países, principalmente da China. Alguns analistas indicam que os chineses têm grandes chances de vencer o leilão, porque não estariam preocupados com o lucro, mas sim com o acesso a reservas de petróleo.
Há, ainda, um outro dado: até poucas horas antes da abertura dos lances, negociações entre os concorrentes indicavam que seria formado um único consórcio para apresentar oferta, o que faria ruir a expectativa de concorrência na licitação. Consequência imediata: a parcela de participação da União ficaria no mínimo estipulado, 41,65%.
Dessa vez, não são só os liberais que preveem um certo fiasco. Membros da esquerda e os trabalhadores da indústria do petróleo há tempos se manifestam contra a decisão da Presidência de privatizar a riqueza pátria. Considerando as recentes denúncias de espionagem do governo americano, acreditam que estaríamos vendendo nosso petróleo aos interesses estrangeiros e abrindo mão de grande parte da soberania nacional. A área ao redor do hotel onde ocorrerá o certame conta com forte esquema de segurança integrado pela Polícia Militar, Força Nacional de Segurança, Exércio e Agência Brasileira de Inteligência. Em tempos de manifestações populares, a tensão é inafastável.
É interessante notar, de uma forma ou de outra, que não importa o alinhamento político deste ou daquele governante quando confrontados com a necessidade de promover investimentos e obter lucro com as empresas estatais. Quem sempre foi contra a privatização acaba cedendo e oferece, ao invés da empresa em si, o próprio objeto a ser explorado. Reconhece-se, assim, que algumas coisas estão além das forças do Estado e cabe ao capital suplementá-las.
O Governo nega, por sua vez, que seja uma privatização (afinal, tenta manter a coerência com todas as críticas que promoveu no passado). Afirma que o modelo de gestão compartilhada manterá altíssimos níveis de retorno financeiro ao país e justifica a decisão diante da incerteza da quantidade explorável do petróleo pré-sal - cenário que não permitiria o empenho exclusivo da Petrobras no processo. Ao mercado, contudo, divulga que o potencial do campo de Libra é “inimaginável” e conclama as empresas privadas a participarem dos leilões diante das expectativas de lucro no longo prazo.




Novas regras para a reforma agrária

Nos últimos dois meses, a Presidência da República publicou diversas portarias com o intuito de alterar o processo da reforma agrária, “o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e aumento da produtividade” (art. 1º, § 1º, do Estatuto da Terra – Lei 4.504/1964).
Até então, bastava que o imóvel rural fosse declarado improdutivo para ser incluído no programa de reforma agrária. Ocorre que, aparentemente, o Governo nunca havia aventado a possibilidade do imóvel ser improdutivo por natureza, ou seja, sem qualquer potencial de plantação e cultivo.
Isso causou o assentamento de milhares de famílias que continuaram dependentes de programas sociais do Governo, naquilo que o ministro Gilberto Carvalho chamou de “favelas rurais”.
Na nova sistemática, além da declaração sobre a improdutividade, a destinação do imóvel para a reforma agrária dependerá de comprovação de sua capacidade de geração de renda. Além disso, a fim de evitar injustiças, somente serão assentadas as famílias que estiverem inscritas no Cadastro Único de Programas Sociais, o mesmo utilizado para pagamento do Bolsa Família.

A questão agrária não é nova na discussão política nacional, mas é certo que as pressões dos movimentos sociais ligados ao campo arrefeceu nos últimos anos. Não obstante, a qualidade de vida fora das cidades ainda é um desafio para a Presidência, diante do incessante movimento migratório para os grandes centros urbanos, o qual, além de esvaziar a população rurícola, causa o crescimento desordenado das cidades e mantém essas pessoas em nível de pobreza inaceitável para um país de economia próspera.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Terrorismo no Quênia



Quem é o Al-Shabab, grupo que reivindicou ataque no Quênia

O grupo militante islâmico Al-Shabab, da Somália, assumiu a responsabilidade pelo ataque que deixou dezenas de mortos neste sábado em um shopping center de Nairóbi, no Quênia.
O Al-Shabab, que tem ligações com a rede Al Qaeda, vem promovendo ataques contra o Quênia desde 2011, quando tropas quenianas entraram no sul da Somália para combater os militantes do grupo.
O Al-Shabab chegou a controlar boa parte da Somália, mas foi expulso das principais cidades que dominava no sul e no centro do país. Ainda assim, o grupo permanece como uma ameaça em potencial.

 

Quem é o Al-Shabab?

Al-Shabab significa 'A Juventude' em árabe. O grupo apareceu como uma ala radical da hoje finada União das Cortes Islâmica da Somália em 2006, enquanto o grupo combatia as forças etíopes que entraram na Somália para apoiar o fraco governo interino.
Há vários relatos sobre a presença de jihadistas estrangeiros na Somália para ajudar o Al-Shabab.
O grupo impôs uma versão estrita da sharia (lei islâmica) nas áreas sob seu controle, incluindo o apedrejamento até a morte das mulheres acusadas de adultério e o amputamento das mãos de acusados de roubo.

 

Quanto da Somália o Al-Shabab controla?

Apesar de ter perdido o controle das cidades e povoados, o grupo ainda tem influência sobre muitas áreas rurais da Somália.
O Al-Shabab foi expulso da capital do país, Mogadíscio, em agosto de 2011, e perdeu o controle do vital porto de Kismayo em setembro do ano passado.
Kismayo era uma peça importante para os militantes, permitindo que suprimentos chegassem a áreas sob seu controle e provendo recursos para suas operações.
A União Africana (UA), que apoia as forças do governo, comemorou a retomada do controle de ambas as cidades como grandes vitórias, mas o Al-Shabab ainda vem promovendo ataques suicidas relativamente frequentes em Mogadíscio e em outros lugares.
Analistas acreditam que o Al-Shabab está se concentrando cada vez mais em táticas de guerrilha para conter o poder de fogo das forças da UA.
Mas o grupo está sob pressão de várias frentes, incluindo a incursão das forças do Quênia na Somália em 2011. O Quênia acusou os militantes do Al-Shabab de sequestrar turistas. As forças quenianas, agora sob o comando da UA, esteve à frente dos esforços para expulsar o grupo no sul do país, até Kismayo.
Enquanto isso, as forças da Etiópia entraram pelo oeste e tomaram controle das cidades centrais de Beledweyne e Baidoa.

Quem é o líder do Al-Shabab?

Ahmed Abdi Godane é o chefe do grupo. Conhecido como Mukhtar Abu Zubair, ele é originário da região separatista da Somalilândia, ao norte do país.
Há relatos - fortemente negados pelo Al-Shabab - de que sua liderança está sendo cada vez mais contestada pelos originários do sul do país, que formam o grosso dos combatentes do grupo, estimados entre 7.000 e 9.000.
Godane raramente é visto em público. Seu antecessor, Moalim Aden Hashi Ayro, foi morto em um ataque aéreo americano em 2008.

Quais são as ligações internacionais do Al-Shabab?

O Al-Shabab se aliou à Al Qaeda em fevereiro de 2012. Em um comunicado conjunto em vídeo, o líder do Al-Shabab, Ahmed Abdi Godane, disse que "prometia obediência" ao líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri.
Os dois grupos vêm trabalhando juntos há tempos, e estrangeiros estariam lutando ao lado dos militantes somalis.
No ano passado, líderes do Al-Shabab acompanharam um homem identificado como o cidadão americano Abu Abdulla Almuhajr, que se dizia da Al Qaeda, enquanto ele distribuía ajuda a vítimas da fome no território controlado pelos militantes islâmicos.
Autoridades americanas acreditam que com a Al Qaeda em retirada do Afeganistão e do Paquistão após a morte de Osama bin Laden, seus combatentes estão cada vez mais buscando refúgio na Somália.

O Al-Shabab já havia promovido ataques fora da Somália?

O grupo foi responsável por um ataque suicida duplo na capital de Uganda, Kampala, que matou 76 pessoas que assistiam pela televisão à final da Copa do Mundo de futebol, em 2010.
O ataque aconteceu porque Uganda - junto com o Burundi - forneceu grande parte das tropas da UA na Somália antes de o Quênia entrar no conflito.
Analistas dizem que os militantes entram com frequência no Quênia e deixam o país sem serem interceptados. Seus militantes até mesmo visitariam a capital, Nairóbi, para tratamentos médicos.
O ataque duplo em 2002 contra alvos israelenses próximo ao balneário de Mombasa, no Quênia, foi supostamente planejado na Somália por uma célula da Al Qaeda.
Os Estados Unidos também acreditam que alguns dos integrantes da Al Qaeda que planejaram os ataques contra as embaixadas americanas em Nairóbi e em Dar es Salaam, em 1998, depois fugiram para a Somália.

 

Quem são os apoiadores do Al-Shabab?

A Eritréia é o único aliado regional, mas nega prover armas para o Al-Shabab.
A Eritréia apóia o Al-Shabab para conter a influência da Etiópia, seu maior inimigo.
Com o apoio dos Estados Unidos, a Etiópia enviou tropas para a Somália em 2006 para combater os islamistas. As forças etíopes se retiraram em 2009 após sofrer fortes baixas.
Após intervir novamente em 2011, a Etiópia diz que entregará os territórios que conquistou à UA.

 

O que faz o governo da Somália?

O presidente é o ativista e ex-acadêmico Hassan Sheikh Mohamud. Ele foi eleito em 2012 por um recém-escolhido Parlamento somali, seguindo um processo de paz promovido pela ONU.
Ele derrotou o ex-presidente Sheikh Sharif Sheikh Ahmed - um ex-combatente rebelde islâmico, cujos três anos no poder foram criticados pelo suposto descontrole sobre a corrupção.
O Al-Shabab denunciou o processo de paz como um plano estrangeiro para controlar a Somália.
A Somália é considerada um "Estado falido". O país não tem um governo nacional efetivo há duas décadas. Nesse período, a maior parte do país tem sido uma zona de guerra constante.
A situação tornou fácil para o Al-Shabab, quando o grupo apareceu, ganhar apoio entre os somalis. O grupo prometia segurança à população, algo altamente desejado.
Mas sua credibilidade foi atingida quando rejeitou a ajuda alimentar ocidental para combater a fome causada pela seca em 2011.
O Al-Shabab defende a versão wahabista do Islã, inspirada pela Arábia Saudita, enquanto a maioria dos somalis segue a linha do sufismo. O Al-Shabab destruiu um grande número de santuários sufistas, provocando uma queda ainda maior em sua popularidade.
Entretanto, com a capital, Mogadíscio, e outras cidades grandes agora sob controle do governo, há um novo sentimento de esperança no país, e muitos somalis retornaram do exílio, trazendo consigo dinheiro e novas habilidades.
Com serviços antes inexistentes como coleta de lixo e iluminação urbana reaparecendo, a Somália pode finalmente estar reemergindo das cinzas das últimas duas décadas.


A INDÚSTRIA NO BRASIL


Costuma-se dizer que a indústria brasileira nasceu tardiamente e na dependência de tecnologia externa, pois o primeiro surto industrial do Brasil ocorreu um século depois de deflagrada a Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII). Para MAGNOLI (1996), a industrialização brasileira pode ser dividida em duas etapas históricas distintas: o primeiro surto industrial acompanhou o crescimento da economia cafeeira capitalista de São Paulo. Considera a Revolução de 1930 o marco para um novo período industrial, identificado com os governos nacionalistas de Getúlio Vargas e uma orientação para a abertura ao capital e indústrias transnacionais, no governo de Juscelino Kubistchek (1956-1961), configurando a substituição do modelo agrário exportador pelo urbano-industrial.
O surto industrial tem início a partir de 1890, na região cafeeira do Sudeste, estendendo-se até 1929. É precedido por vários fatos históricos importantes: a imigração estrangeira (1880), representando mão-de-obra especializada para a indústria; a Abolição dos escravos (1888) e a instauração da República (1889). As Indústrias predominantes, nessa época, eram as fábricas de bens de consumo não-duráveis (têxteis, vestuários, calçados, alimentos) e as metalúrgicas e químicas (tintas), que se concentravam no Oeste paulista. A concentração industrial em São Paulo pode ser explicada pelos seguintes fatores:
􀂃 A economia cafeeira gerou um mercado consumidor interno (classe média, trabalhadores, imigrantes e escravos recém libertos);
􀂃 A concentração da força de trabalho (imigrantes, nas épocas de crise do café);
􀂃 A infra-estrutura ferroviária que servia à região cafeeira (transporte de carvão e ferro para as indústrias);
􀂃 A concentração de capitais financeiros (exportação do café);
􀂃 A infra-estrutura portuária e energética.
A relação entre a economia cafeeira dominante e a economia industrial nascente se dava da seguinte forma:
a) as crises de superprodução do café provocavam a queda do preço no mercado mundial, o declínio das exportações, o recuo nas plantações e o êxodo de trabalhadores para as fábricas; verificava se o crescimento da indústria, via empréstimos bancários.
b) a recuperação cafeeira fazia com que os empréstimos bancários se destinassem às plantações de café, o retorno à exportação. Retomava-se à importar produtos industriais (melhores e mais baratos), gerando crises e falências, industriais.
O início da segunda fase da industrialização brasileira é marcado pela crise da Bolsa de Nova Iorque (1929). Essa crise provocou uma contração dos mercados consumidores dos países desenvolvidos e derrubou os preços das mercadorias de exortação dos países de economia agrária, como o Brasil. Os reflexos dessa crise no Brasil foram desastrosos: além da queda do preço do café, cai também as oligarquias cafeeiras, derrubadas pelo movimento revolucionário de 1930. A classe média e a burguesia comercial chegam ao poder, juntamente com Getúlio Vargas, A ascensão de Vargas representou o estabelecimento da burguesia de pensamento industrial no poder No intuito de viabilizar a infra-estrutura para a indústria e garantir a integração nacional, foram desencadeadas as seguintes, políticas:
􀂃 Centralização política do poder através do (Estado Novo, provocando a queda dos poderes locais)
􀂃 Criação de empresas estatais em 1941 a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN); em 1942, a Companhia Vale do Rio doce (CVRD), com o objetivo de viabilizar a produção de bens de produção e de consumo duráveis, e a implantação de Infra-estrutura energética (criação da CHESF);
􀂃 Expansão da fronteira econômica, através da marcha para o oeste, buscando a incorporação das terras do Centro-Oeste (expansão da pecuária extensiva nos cerrados). A indústria começava a reorganizar o território nacional. Pode-se dizer que no período de 1930 até a Segunda Guerra Mundial a indústria nacional cresceu livre da concorrência estrangeira. A Segunda Guerra Mundial (1939 -1945) ao mesmo tempo em que freou o crescimento industrial, devido a redução das importações de máquinas e equipamentos, estimulou a substituição dessas importações por produtos, nacionais. A "Era Vargas" foi a "Era das indústrias nacionais". "No pós-guerra, a criação da Indústria de bens de produção voltaria a se associar ao nome de Getúlio Vargas, em 1951 é Inaugurada a usina de Paulo Afonso (...). Em 19S3 surgia a Petrobrás e, com ela, um gigantesco esforço voltado para a produção, o refino e o transporte do petróleo organizado sob o signo do monopólio estatal" (MAGNOLI, 1996)
A partir da década de 50 a industrialização brasileira sofreu uma forte aceleração. No governo J.K. é reorientada a política industrial brasileira, enfatizando-se a abertura do país aos investimentos estrangeiros diretos. O seu "Plano de Metas" (50 anos em 5) tinha como fundamento a implantação de um sólido parque automobilístico, com tecnologia dos EUA e da Europa. Tal política pode ser apontada como a responsável pela inserção efetiva do Brasil ao capitalismo internacional, através da seguinte dinâmica:
􀂃 Aquisição de empréstimos internacionais a fim de financiar as obras de infra-estrutura (construção de rodovias e hidrelétricas, expansão do refino de petróleo, etc.)
􀂃 Forte estimulo ao capital estrangeiro direto através da abertura da economia e das vantagens, locacionais oferecidas.
􀂃 Formação da tríplice aliança (tríade), da qual faziam parte o capital estatal (obras de infra-estrutura), os conglomerados transnacionais (setor de bens de consumo duráveis) e o grande capital nacional (setor de tens de consumo não-duráveis).
􀂃 Integração do território nacional como condição à consolidação da Indústria, ganhando importância o planejamento regional, favorecendo a concentração de capital no Sudeste.
􀂃 Criação de políticas públicas regionais, a exemplo da SUDENE (19S9), com o pretexto de reduzir as desigualdades regionais Os recursos públicos utilizados para criar a infra-estrutura no Nordeste favoreceu a instalação de indústrias paulistas sofisticadas tecnologicamente, dificultando a absorção da mão-de-obra local.
􀂃 Construção de Brasília (1960), viabilizou o inicio da geopolitica de integração nacional, com a construção de estradas radiais, responsável pela articulação do território nacional e a superação do "arquipélago econômico". Serviu para dificultar a pressão popular sobre o Governo.
􀂃 Incentivo à indústria automobilística e de eletrodomésticos (bens de consumo duráveis) controlados por empresas transnacionais. É importante ressaltar que o governo brasileiro estimulou os investimentos estrangeiros de várias maneiras: liberando as importações de máquinas e equipamentos, criando mecanismos de créditos para expandir o consumo interno, instalando programas rodoviários, energéticos e siderúrgico, dentre outros. As firmas estrangeiras também estavam Interessadas na exploração das matérias-primas e da mão-de-obra brasileira (numerosa e mal remunerada). Esse processo de industrialização dependente e acelerado que vai do pós-guerra até meados da década de 70, caracteriza a ruptura com o modelo agro-exportador e encerra a fase típica de substituição de importação (produção interna dos bens industriais que antes eram importados), trazendo como conseqüências:
􀂃 A Divisão Territorial do Trabalho, com a concentração industrial e financeira em São Paulo.
􀂃 A integração do território, com a criação de um espaço nacional. A nova forma de organização do espaço orienta-se segundo um esquema de centro (SP e RJ) e periferias (fornecedoras de mão-de-obra e matérias-primas).
􀂃 O Centro-Sul tornou-se a região mais industrializada e urbanizada do Brasil e surgiu como expressão de modernidade e de integração econômica.
􀂃 O Nordeste cristaliza-se como região de economia deprimida e como área de emigração intensa para o Centro-Sul. A crise social e bolsões de miséria marcam o espaço geográfico nordestino.
􀂃 A Amazônia aparece como imensa reserva fracamente povoada e como futura fronteira de expansão da economia Industrial nacional.

A ACELERAÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIAUZAÇÂO BRASILEIRA
O endividamento externo e a dependência econômica. Desde o Plano de Metas e até meados da década de 70 houve um acelerado desenvolvimento econômico, baseado nos seguintes fatores:
􀂃 A entrada de capitais estrangeiros através de investimentos produtivos diretos, ou seja, com a abertura de filiais de conglomerados transnacionais.
􀂃 A política internacional de juros baixos favoreceu os empréstimos e não causou entraves ao crescimento econômico.
􀂃 Havia um equilíbrio relativo entre as importações de bens industriais e as exportações de matérias-primas.
􀂃 A ampliação do consumo interno através de políticas de estimulo ao crédito, garantindo e consolidando o processo de industrialização.
􀂃 O controle sobre a força de trabalho pelo Estado autoritário, proibindo greves e mantendo sindicatos patronais.
A partir da década de 70, o modelo econômico apoiado na dependência de empréstimos financeiros externos começou a se esgotar, devido ao "primeiro choque" do petróleo (1973), causando grande recessão na economia mundial e afetando o país em função do aumento dos gastos com as importações de bens de produção (juros elevados) e da diminuição dos ganhos, pois as matérias-primas foram desvalorizadas pelos países, desenvolvidos (pela redução das compras) O saldo negativo na balança comercial forçou o Governo brasileiro a reorientar a economia buscando atingir superavit (saldo positivo) para o pagamento da divida externa, a partir das seguintes medidas:
􀂃 Redução das Importações com o aumento das tarifas alfandegárias A principal conseqüência foi o atraso tecnológico do parque industrial brasileiro, devido aos poucos investimentos empresarias e o encarecimento das importações de máquinas e equipamentos.
􀂃 Redução dos gastos governamentais na área social, gerando a desestruturação e sucateamento dos programas de saúde e de educação públicos, ampliando o mercado para a iniciativa privada.
􀂃 Incentivo às exportações de produtos extrativistas e à agricultura comercial, como a soja.
􀂃 Aumento dos gastos públicos em grandes projetos voltados à exportação, como por exemplo os projetos agrominerais da Amazônia (Carajás, AIbrás, Jari, ete.).
A partir de 1982 o Brasil passou a incorporar uma sucessão de atrasos de pagamentos da divida externa, bem como conheceu nessa década uma explosão inflacionária, que refletia a instabilidade geral da economia da América Latina. Os superavites da balança comercial não foram utilizados para sustentar as importações necessárias ao desenvolvimento industrial, mas para pagar os sucessivos rombos gerados pelos juros e serviços da dívida. O país perdeu a capacidade de importar e a base produtiva instalada nas décadas anteriores conheceu um processo de defasagem tecnológica e o crescimento e agravamento das contradições sociais. Vivia-se, nos anos 80, a "década perdida".
Os anos 90 marcam a liberalização da economia e a abertura mercado interno por corta da implantação de um modelo politico-econômico neoliberal, integrando o país definitivamente à economia mundial Nesse contexto ocorre a queda de juros no mercado internacional, associado aos acordos de renegociação da divida externa, bem como - atração de capitais internacionais pela abertura dos mercados financeiros e a privatização de Estatais, A orientação exportadora para conseguir divisas para o pagamento dos juros e serviços da divida, típica dos anos 80, cede lugar à atração de dinheiro novo para cumprir compromissos financeiros.
A abertura do mercado interno à concorrência estrangeira tem provocado o aumento das importações de bens de produção necessários à modernização tecnológica do parque industrial nacional. Expõe, ainda, vários ramos da indústria de tens de consumo, como carros, eletrodomésticos, brinquedos e até alimentos a essa competição, impondo rotos padrões de concorrência e competitividade para as Indústrias instaladas no pais, o que tem provocado alteração no padrão de distribuição da indústria.
Observa-se uma tendência à desconcentração industrial, com as seguintes tendências:
a) Deslocamento da indústria das grandes metrópoles para às pequenas e médias cidades, com o objetivo de reduzir os custos de produção, pois nessas cidades conta-se com terrenos mais baratos, impostos reduzidos, incentivos fiscais, mão-de-obra menos organizada, etc.
b) Deslocamento da indústria (ou fases da produção) do Sudeste para outras regiões que ofereçam vantagens locacionais (ex: o deslocamento de indústria de calçados e têxteis para o Nordeste).
c) Descentralização industrial para es tecnopólos ou pólos tecnológicos. Essa estratégia é típica da Terceira Revolução Industrial, onde as empresas de alta tecnologia buscam;
- Existência de universidades e centros de pesquisas avançadas.
- Mão-de-obra qualificada.
- Rede de serviços modernos e eficientes.
- Fugir das aglomerações urbano-industriais e seus diversos problemas.
O Brasil, atualmente. encontra sérias dificuldades para sua inserção na Terceira Revolução Industrial ou Revolução Cientifico- Tecnológica, dentre as quais destacam-se:
􀂃 O grande endividamento externo do pais, o que compromete os
investimentos estatais em educação e em Ciência e Tecnologia.
􀂃 O mau uso dos recursos públicos, (corrupção, desvio de verbas, obras duvidosas, etc.).
􀂃 A falta de uma política cientifica e tecnológica.
􀂃 A baixa qualificação da força de trabalho, quando comparada com a de outras regiões, como o sudeste asiático

PRINCICPAIS TRANFORMAÇÕES PROVOCADAS PELO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO:
a) Concentração industrial da região Sudeste (49%), especialmente no estado de São Paulo (57%).
b) Acentuadas disparidades regionais e sócio-econômicas devido a essa concentração espacial.
c) Estabelecimento de uma Divisão Territorial do Trabalho baseada no modelo centro X periferia; o Sudeste se consolidou como região de atração de população e capital e as demais regiões tornaram-se mercados consumidores e fornecedores de mão-de-obra e de matérias-primas e alimentos a preços baixos.
d) Grande mobilidade inter-regional da população, especialmente o fluxo de trabalhadores que se dirigem do Nordeste para o Sudeste.
e) Forte participação do capital estrangeiro nos setores mais dinâmicos da economia brasileira.
f) Grande endividamento externo do país decorrente do esforço para financiar as indústrias de base e a infra-estrutura.
g) Industrialização tardia e dependente do capital internacional. A indústria brasileira pode ser considerada complementar, uma vez que produz bens de consumo, com tecnologia inferior, enquanto os países desenvolvidos produzem os tens de capital e tecnologia e os produtos industriais mais sofisticados.
h) Integração territorial através de eixos rodoviários em detrimento dos outros meios de transportes.
l) Forte presença do Estado no processo de industrialização.
j) Consolidação da cidade de São Paulo como principal centro de gestão da economia nacional e com forte ligação à economia mundial, o que lhe confere o status da "cidade global

sábado, 31 de agosto de 2013

Ilhas de Calor

No centro das grandes metrópoles, a sensação de calor costuma ser maior do que a percebida em áreas mais afastadas, arborizadas. Carros, asfalto e prédios são alguns dos elementos que contribuem com a sensação de “abafado” O tempo está em constante transformação, com o avanço das chuvas e a incidência dos raios solares. E os termômetros não param de subir. Isto significa que os raios solares estão batendo diretamente nesse concreto. Esse concreto está absorvendo o calor, está liberando este calor em forma de ondas e, à medida que isso acontece, a tendência é a elevação cada vez maior da temperatura. Nas áreas muito urbanizadas, o primeiro problema é a quantidade de veículos, que emitem muitos gases poluentes. Os calçamentos, de asfalto ou concreto, também absorvem e irradiam muito calor. Os prédios não ajudam, pois são de cores claras em sua maioria – uma forma de refletir a luz do sol e amenizar as temperaturas na parte de dentro. O problema é que a luz refletida acaba devolvendo calor para as ruas. Ainda por conta dos edifícios, cada vez mais altos, o ar não circula direito.             Em cidades litorâneas, como o Recife, nem a brisa que sopra do mar durante o dia é aproveitada porque os prédios ao longo da orla funcionam como um paredão, uma barreira para passagem do vento. Tudo isso acaba por contribuir com uma maior quantidade de chuvas, já que o calor faz aumentar a evaporação da água.
                Afastando-se do centro da cidade, das áreas mais urbanizadas, o calor diminui. Em lugares mais arborizados, a temperatura cai, em média, cinco ou seis graus. Esses cinco ou seis graus significam muito porque, como é uma média, isso quer dizer que, em dias quentes, a probabilidade de você ter temperaturas muito mais altas, nessas áreas mais urbanizadas, aumenta bastante. E, às vezes, a gente pode chegar a picos de dez graus de temperatura quanto à diferença de bairros menos urbanizados e com uma quantidade maior de verde, em relação às áreas de maior urbanização.

                A vegetação traz vários benefícios. Ela reduz o impacto dos raios solares no solo e, ao mesmo tempo, aumenta a umidade na atmosfera, o que proporciona uma sensação mais agradável. É muito importante que a população contribua com a possibilidade de formação de jardins, aumentando a área verde na sua casa, nas áreas dos edifícios, nos estacionamentos, porque ajuda bastante a promover um equilíbrio da temperatura.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Entenda a Guerra Civil na Síria

A Síria enfrenta, desde março de 2011, uma guerra civil que já deixou pelo menos 100 mil mortos, destruiu a infraestrutura do país e gerou uma crise humanitária regional. Acuados pelo conflito, mais de 2 milhões de sírios deixaram o país rumo aos países vizinhos, provocando uma crise de refugiados e aumentando a instabilidade da região.
O contestado presidente sírio Bashar al-Assad, da minoria alauíta, enfrenta uma rebelião armada que tenta derrubá-lo.
No início, a rebelião tinha um caráter pacífico, com a maioria sunita e a população em geral reivindicando mais democracia e liberdades individuais. Mas, aos poucos, com a repressão violenta das forças de segurança, ela foi se transformando em uma revolta armada.
O regime argumenta que a rebelião é insuflada por terroristas internacionais, com elos com a rede terrorista da Al-Qaeda, e que está apenas se defendendo para manter a integridade nacional.
O conflito tem sido marcado por derrotas e vitórias dos dois lados, apesar de o governo ter ganho terreno nas últimas semanas.
A fragmentada oposição síria tenta se organizar para uma possível tomada de poder, mas queixa-se de falta de apoio das potências ocidentais, que se mostram reticentes em entrar no conflito.
A guerra civil síria reviveu as tensões da Guerra Fria entre Ocidente e Oriente.
Desde o início do conflito em março de 2011, os EUA se limitam a oferecer apoio não letal aos rebeldes sírios e a fornecer ajuda humanitária.
Em junho, a administração Obama prometeu "apoio militar" aos rebeldes, embora tenha mantido certa indefinição sobre a natureza dessa ajuda.
Os EUA têm pouco apetite para intervir na região, uma vez que a rebelião é cada vez mais dominada por militantes islamitas com vínculos com a rede terrorista da Al-Qaeda.
A Rússia, que tem interesses econômicos e estratégicos na região, é a principal aliada do governo sírio, e tem vetado resoluções sobre a Síria no âmbito do Conselho de Segurança.
China, que também tem poder de veto no Conselho de Segurança, e Irã também são importantes aliados do presidente sírio Assad.
Em 21 de agosto, a oposição denunciou mais de mil mortos em um massacre com uso de armas químicas. O governo vem negando ter usado armas químicas, apesar de o Ocidente ver evidências em contrário.
Observadores da ONU foram autorizados a irem até o local para investigar se houve uso de armas químicas. Se confirmado, o incidente pode se tornar o mais grave com uso de armas químicas no planeta desde os anos 1980.
Após o incidente, aumentou as conversas sobre uma possível intervenção internacional no país, liderada pelos EUA.

Fonte: G1

Lá vem ele gente! Segura os EUA com ou sem permissão do Conselho de Segurança...


sábado, 13 de julho de 2013

Presidente eleito do Paraguai recusa retorno ao MERCOSUL

Presidente eleito do Paraguai rejeita voltar a Mercosul liderado por Caracas
Horacio Cartes, que assume a presidência paraguaia no dia 15 de agosto, diz que a adesão da
Venezuela ao bloco foi ilegal; cúpula dos países-membros, realizada em Montevidéu, levantou a
suspensão imposta a Assunção após a destituição de Lugo, em 2012
12 de julho de 2013 | 22h 40
O presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, rejeitou nesta sexta-feira se reintegrar ao
Mercosul em agosto, sob a alegação de que a entrega da presidência rotativa do bloco à
Venezuela contraria tratados internacionais firmados pelos sócios fundadores - além do
Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai.
A Venezuela ingressou no Mercosul após a suspensão de Assunção, causada pela
destituição sumária do então presidente Fernando Lugo, em junho de 2012.
"As características jurídicas do ingresso de Venezuela como membro pleno do Mercosul
não correspondem às normas legais", afirmou Cartes, num comunicado.
A resposta paraguaia se deu logo depois de o líder venezuelano, Nicolás Maduro, tornar-se
presidente do Mercosul e anunciar o retorno dos paraguaios para 15 de agosto.
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, tinha afirmado pouco antes que Maduro contava
"com o apoio" do Brasil e dos sócios do Mercosul para enfrentar "a empreitada" que o
bloco tem pela frente nos próximos seis meses.
Entre esses desafios, estão a resposta às denúncias de espionagem dos países da região por
parte dos EUA e a volta do Paraguai.
Antes do anúncio do paraguaio, Dilma afirmara que os presidentes do Mercosul estariam
presentes na posse de Cartes, em agosto.
A presidente afirmou que "o Paraguai e os paraguaios são parte fundamental dos destinos
do Mercosul". E argumentou que o Mercosul nunca "retaliou" o Paraguai na área
econômica e comercial. "Por isso temos uma base real para que o Paraguai possa voltar ao
Mercosul", disse.
Os quatro países emitiram um comunicado no qual consideram que o Paraguai cumprirá
os requisitos estabelecidos no Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático a
partir da data na qual Cartes, eleito em abril, tomará posse o empresário Horacio Cartes,

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Entenda a crise política no Egito


Exército derrubou o islamita Morsi e prometeu fazer transição de poder.
País passou por crise semelhante em 2011, na queda do ditador Mubarak.
Palco de uma mudança política desencadeada por uma revolta popular que resultou na renúnciam, em 2011, do então presidente Hosni Mubarak, na época há 30 anos no poder, oEgito enfrentou, dois anos depois, novas manifestações populares que terminaram com a derrubada do presidente Mohamed Morsi em 3 de julho.
Eleito democraticamente em 2012, Morsi se tornou impopular após suas ações contra o Exército, seu acúmulo de poderes e autoritarismo e o domínio da Irmandade Muçulmana no país.. Novos protestos da oposição e da população se espalharam pelo país, culminando com a exigência de sua renúncia e com um ultimato militar.
O prazo de 48 horas dado no dia 1º expirou nesta quarta (3), e os militares anunciaram a queda de Morsi e um plano de transição de poder.
O Exército exigia que as “demandas do povo sejam atendidas”, para a alegria dos opositores que reivindicavam a saída de Morsi.
A Praça Tahir, que foi palco dos principais protestos no período que levou à renúncia de Mubarak, segue ocupada por manifestantes.

Eleito em 2012
Morsi foi eleito em 2012, pouco mais de um ano depois da renúncia de Mubarak, nas primeiras eleições democráticas do país. Mubarak tinha 82 anos e estava havia 30 no poder.
Ele deixou o poder após 18 dias de violentos protestos de rua que deixaram mais de 300 mortos e 5 mil feridos, em um movimento popular inspirado no levante que derrubou o presidente da vizinha Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali. A manutenção no poder se tornou mais difícil para Mubarak depois que a Irmandade Muçulmana, de Morsi, anunciou seu apoio oficial, e que o presidente dos EUA, Barack Obama, também pressionou pela saída imediata de Mubarak. Líderes da União Europeia se juntaram aos apelos pela renúncia.
Entre a saída de Mubarak e a eleição de Morsi, o país foi governado por uma junta militar, que comandou uma transição democrática marcada pela incerteza.
Veja a cronologia dos problemas no Egito desde que Morsi assumiu o poder, há um ano:
- 30 de junho de 2012: Mohamed Morsi toma posse após vencer as eleições presidenciais com 51,73% dos votos. Ele é o primeiro chefe de Estado egípcio a ser eleito democraticamente, e também o primeiro islamita e o primeiro civil a dirigir o país.
- 12 de agosto de 2012: Morsi afasta o marechal Hussein Tantawi, ministro da Defesa, que se tornou chefe de Estado após a queda de Hosni Mubarak, e suspende as amplas prerrogativas políticas dos militares.
- 22 de novembro de 2012: Início de uma crise política desencadeada por um decreto em que Morsi estende seus poderes e os coloca acima de qualquer controle judicial.
No dia 30, um projeto de Constituição é aprovado pela Comissão Constitucional, que foi boicotada pela oposição de esquerda e laica, assim como pelos círculos cristãos.
A decisão de Morsi provoca uma série de protestos, que causaram violentos confrontos entre opositores e partidários do regime.
Os confrontos causam a morte de sete pessoas e deixam centenas de feridos em 5 de dezembro perto do palácio presidencial.
- 8 de dezembro de 2012: Morsi aceita abandonar o projeto que fortalece seus poderes para superar a crise, mas mantém o referendo sobre um polêmico projeto de Constituição. Entre os dias 15 e 22 de dezembro a Constituição defendida por islamitas é aprovada (cerca de 64%), após um referendo boicotado pela oposição.
- 24 de janeiro de 2013: Início de uma nova onda de violência entre manifestantes e policiais na véspera do segundo aniversário da revolta que derrubou Mubarak. São registrados sessenta mortes em uma semana, incluindo 40 em Port Said (nordeste), após o anúncio das sentenças de morte de 21 torcedores do clube de futebol local por seu envolvimento em um grave episódio de violência após uma partida contra uma equipe do Cairo (74 mortos em 2012).
- 19 de abril de 2013: Mais de cem feridos em confrontos no Cairo entre manifestantes anti e pró-Mursi.
- 02 de junho de 2013: A justiça invalida o Senado, que assume o poder legislativo na ausência da Assembleia, assim como a comissão que elaborou a Constituição. A Presidência reage dizendo que o Senado - um organismo historicamente sem poder que ganhou um papel legislativo quando a Assembleia do Povo foi dissolvida por ordem judicial - vai continuar a legislar até que novas eleições legislativas sejam realizadas, e que a lei fundamental é intocável.
- 24 de junho de 2013: Ministro da Defesa declara que 'as Forças Armadas têm o dever de intervir para impedir o Egito de mergulhar em um conflito', na véspera do primeiro aniversário da eleição de Morsi. Os líderes da oposição já reivindicam a renúncia do presidente.
- 26-29 de junho de 2013: Manifestações pró e anti-Morsi. Os confrontos causam oito mortes, incluindo a de um americano, principalmente em Alexandria e no Delta do Nilo.
- 30 de junho de 2013: Manifestações em massa contra o presidente. A multidão ocupa as ruas do Cairo e de muitas outras cidades, gritando "O povo quer a queda do regime", mesmo lema do início de 2011 contra o governo de Hosni Mubarak. Pelo menos dezesseis mortes no país, incluindo oito em confrontos entre manifestantes favoráveis e contrários a Morsi no Cairo.
- 1º de julho de 2013: A oposição dá 24 horas a Morsi para que renuncie. O movimento Tamarrod (rebelião, em árabe) pede que o Exército "tome uma posição clara ao lado da vontade popular".
- 3 de julho de 2013: O Exército anuncia a deposição de Morsi e promete uma transição


A Nova Ordem Mundial

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